sexta-feira, 7 de junho de 2002

e se chegássemos numa rua comum, onde outra rua comum bifurcasse, onde houvesse dois sinais de trânsito, duas faixas de pedestre. Onde eu pudesse ver pessoas vindo de outros lugares incomuns, impensados.
e se chegássemos nessa rua através das não-escolhas. de não ter escolhido nada.

ou se eu tivesse escolhido tudo, todos os mínimos detalhes, desde a minha profissão (que até hoje não sei) até a cor das minhas meias, se escolhesse entrar na rua anterior, e dado uma volta, será que ainda sim estaria aqui?

será que o caminho independe da vontade?

será que temos uma direção?

será que a repetência de rotinas incomuns pré-destina uma rotina?

há diferença entre a minha vontade pura e simples e o meu raciocínio?
e se houvesse uma dosagem entre os dois? a cada dosagem diferente, haveria outro caminho, e assim, outra rua, outra esquina?

as esquinas, e isso eu tenho certeza, dizem muito mais que o que entendemos.

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