terça-feira, 2 de dezembro de 2003

num estalo silêncioso, descobri que talvez o prazo de validade seja a única coisa que dê sentido para todo o resto. porque, por estragarmo-nos, relevamos aquilo que não é realmente importante. e procurando, estaremos, algo com mais profundidade, e que queira dizer mais e melhor.

claro, subjetivismos à parte.

assim, escrevi esse troço (pseudo)neo-concreto num papel, porque não tinha pc debaixo das digitais:

Prazo de validade

o prazo de validade
do homem - do amén - do também
da união - da decisão - da comunhão
da amizade - da idade - da cidade
da vida - da lida - da querida
da dor
do amor
do sabor
da textura
da finura
da pura
da cura
da jura
Se tivéssemos uma bula
seria fácil
- x -

a carne nasce, avermelha-se, apodrece e se joga fora.
o fim releva
nublina o meio
a certeza da não eternidade
dá um sentido
mas e o eterno instante? se repete
complicando os cálculos e as deduções
a eternidade não tem prazo
porém validade

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