quarta-feira, 28 de abril de 2004

Sobre Kill Bill

Sobre Kill Bill, aconselho a leitura de dois sujeitos (um que fala pouco mal por decepção, e outro que fala bem por pura tietagem, só para contrabalançar): o Calil do Nomínimo, e o Jafas do site dele (http://jafas.weblogger.terra.com.br/).

Fico no meio do caminho, pendendo para a babação-de-ovo. Concordo com o Calil na sua análise sobre "o pastiche do pastiche" (sensacional essa definição), mas já acho o Tarantino o melhor cineasta de sua geração. Aquele que melhor representa uma parcela da sociedade. Que demonstra através de suas fixações, as preferências, os gostos e os defeitos do atual ser-humano. Que, por nossa sorte, é americano e tem carta branca de um estúdio que se diz "independente" para fazer o que quiser (distante com o que aconteceu com o Mr. Scorcese, infelizmente). Que tem umas idéias loucas que só funcionariam em seus filmes, e quando as vemos, temos vontade de rir - exatamente a intenção dele. Talvez nossa "sociedade" seja realmente a do "pastiche do pastiche".

II

Tava conversando com o Batata, camarada meu, sobre como deve ter sido a conversa dele com o resto da equipe, para passar suas idéias. Imagina ele dizer para todo mundo: "E então, a Lucy Liu e a Uma Thurman saem do clube e está nevando lá fora, e é um jardim japonês por definição". Todo mundo se entreolha e acha a idéia louca e genial.

Ou as reclamações (se as houve, foi de um chato) sobre, sei lá, a cor da roupa de Uma (que faz aniversário comigo, amanhã) se confundir com a luz. A resposta de Tarantino: "E daí?".

Indubtavelmente precisamos mais desses sujeitos que têm a possibilidade de dizer "e daí". Não aqueles que se consideram gênios, mas dos que riem das próprias agruras.

III

Se quiserem algo mais próximo da "minha visão" (que brega), dêem uma passadinha no blog do bonequinho e leiam o Jaime Biaggio.

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