segunda-feira, 24 de maio de 2004

(email enviado a uma amiga)

poisé,

minha mãe dizia sempre para não programar nada no futuro porque a vida tinha tantos solavancos e tantas repetinas mudanças que seria perda de tempo ficar planificando o porvir.

como te disse fui pra Brasília. E foi 90% bom e 10% ruim; o que é uma boa média em qualquer avaliação. É bom ficar com ela, mesmo que para isso, de vez em quando, tenha que incrementar minha paciência. Mas, para que é que estamos aqui, vivos? não é para sermos mais pacientes?

O problema não teve a ver com Brasília. Mas com o clichê da violência do Rio. E podemos dizer que ela me pegou. Ainda no aeroporto de Brasília minha irmã me ligou dizendo que um de meus primos (talvez o que eu tinha mais contato - o que não quer dizer quase nada, já que eu não conheço metade deles e os que eu converso, não encontro há mais de dois anos, no barato) fora assassinado. Isso, balas, tiros, essas coisas.

Parece impressionante, mas é algo diferente. Esse meu primo era um porra-louca (para reviver uma expressão já passada) e arrumava confusão (por causas éticas, como sempre ouvi dele, mesmo que não usasse essa palavra nunca) em cada bar que freqüentava. E olha que ele gostava mesmo de beber. então, não é surpreendente, ou coisa do gênero. apenas triste. muito mesmo.

esse é o terceiro sujeito de minha família (houve um tio e um primo) que morre da mesma maneira. Todos tinham um comportamento fora da normalidade encarada pela classe-média. Logo, estariam mais aptos a morrer por causas violentas. Certo?

nem sei mais o que dizer.

sobre a viagem para o sul, é exatamente tudo o que eu quero fazer agora. (antes vou dar uma passadinha ali, em são paulo para ver o Massive Attack)

bjs

r.

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