sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Comentário rápido

Acabei de ver 'Olga' e achei bem bom. Não é a perfeição, principalmente quanto às suas limitações orçamentárias, mas há cenas em que é possível chegar aos soluços, de tão forte e emocionante. Só como um exemplo pequeno, de trama paralela que é assim mesmo excepcional: a história da mãe do Prestes, dona Leocádia. A senhora nada jovem luta de todas as maneiras que pode e conhece (atravessa toda a Europa, reúne uma série de exigências, recorre a advogados, se auto-exila no México etc.) para ficar com a neta e libertar a nora. É mais que comovente, é desestruturador. Isso porque a própria mãe de Olga cagou solenemente para a filha que jazia nos campos de concentração.

Obviamente não é do similar nacional que discorro, mas de 'Olga Benário: uma vida pela revolução', docu-drama (seja lá o que isso queira dizer na prática) franco-germânico, do ano passado, dum sujeito chamado Galip Iyitanir, turco de nascimento, mas alemão por adoção.

E fiquei pensando em como foi possível estragarem esta história que já nasceu pronta? Como diria uma personagem de Tieta 'mistério'.

Olga, após sua morte, o fim da segunda guerra mundial, o isolamento alemão oriental e a divisão de Berlim, se transformou num grande nome do socialismo. Uma pena que existia essa bobeira de heróis do bem e heróis do mal. Pelo que o filme defende, Olga está acima dessas pequenas divisões maniqueístas.

Aconselho: no Festival do Rio.

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