quinta-feira, 23 de junho de 2005

Orelhadas pseudonas num dia parado

Como todo mundo sabe, Freud dizia que somos a mistura daqueles três conscientes, que ele mesmo inventou: id, ego, superego. De acordo com ele, nós seríamos o impulso, o id, e sofreríamos a censura do ego - que seria uma adaptação do que é o certo, para se viver em sociedade; ou uma adaptação do superego, que é a própria visão do grupo.

Por outro lado, LF Veríssimo fala - em tom meio sério, meio verdadeiro - que se a sociedade existe ainda hoje foi porque evitamos o nosso id, com maior projeção para o nosso ego. Ou seja, se só respeitássemos os nossos impulsos, o nível de assassinatos, estupros, roubos e furtos seria quase insuportável.

Em um terceiro ponto-de-vista, tem-se Arthur Schopenhauer que (resumidamente, por favor) afirma que o mundo é a nossa representação e a nossa vontade. Ou seja, somos aquilo que queremos ser.

Novamente Freud. O austríaco também fez comentários sobre os "instintos", ou sobre o subconsciente. O que interessa é, de acordo com ele, há atitudes que fogem da razão. De acordo com o raciocínio dele mesmo, há momentos que somos mais impulsivos, ou que o id se sobressai ao ego e ao superego "sem querer".

Mas a pergunta que se faz é simples, quem está certo? Ou, better, há certeza? Há quem está certo e o outro errado? Há uma simplificação dicotômica assim? E, a melhor de todas, são realmente idéias conflitantes?

O próprio Schopenhauer fala sobre viver apenas o presente e que qualquer outro tipo de plano é dispensável, já que o futuro, assim como o passado, é inexistente. Ou seja, criamos o mundo conforme as nossas idéias, vontades e representações, mas é necessário tomar atitudes instantâneas. Quase como uma mistura das idéias de razão e emoção. Do ocidental e oriental. Borges dizia que o alemão havia explicado o mundo. Eu, humildemente, concordo.

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