terça-feira, 13 de setembro de 2005

Democracia

Desde Sarney - "Tudo pelo social" - não há mais a distinção entre esquerda e direita. Talvez já não houvesse antes, é difícil determinar uma data específica. Cito o ex-presidente José Sarney (1985-1990) porque é curioso que um homem vindo da Arena use um slogan voltado mais com os ideais do outro lado do tabuleiro.

Hoje, os candidatos de todas as colorações e plumagens fazem campanha valorizando o discurso de mais dinheiro para educação e saúde. Todos são iguais, sem diferenciação, sem profundidade. Bem, mais ou menos. Reparem que, se no formato, todos parecem saídos da mesma forma, quando algum assunto polêmico vem a público, percebemos as posições radicais e moderadas, liberais e conservadoras, etc etc etc, de cada um deles.

Veja o caso de Severino Cavalcanti. Quando assumiu choveram matérias sobre os seus ideais católicos, contrários ao aborto, ao casamento entre homossexuais, à discriminalização das drogas... Eu não quero que o presidente do meu Parlamento tenha essa postura, posso, devo criticá-lo, tenho que protestar contra qualquer ato seu que me pareça retrógrado. Mas, se ele agir dentro dos parâmetros da lei, se respeitar a ordem, se for um bom congressista, mesmo tendo idéias diametralmente opostas às minhas, o que eu posso fazer além de chiar?

Claro que se ele sair da linha, mesmo que tenha sido uma única vez, mesmo que tenha sido anos atrás, mesmo assim, ele deve ser cassado. Agora, gostaria que esse mesmo critério fosse aplicado em toda a casa. Queria que vasculhassem minuciosamente as contas, as concessões, os contratos assinados dentro da Câmara. Quantos resistiriam?

Nenhum comentário: