quarta-feira, 31 de maio de 2006

Resenhas, palpites e pitacos

Há meses, uma amiga me disse que eu deveria ler "Pena de Aluguel", de uma de suas chefas, Cristiane Costa. Comecei a ler, fiquei empolgado, resolvi que escreveria sobre ele antes de terminar, porque tenho uma teoria que devemos resenhar uma obra antes de completá-la para ainda estarmos no auge da euforia, mas perdi o time. Entretanto, "Pena...", que fala sobre escritores-jornalistas, me levou a Antônio Fernando Borges. Não foi só o livro de Cristiane, mas ele contribuiu bastante, digamos assim.

Borges, como o nome pode sugerir, presta homenagem direta ao outro. Até o momento, AF Borges publicou três ficções, duas com referências explícitas ao argentino. Comprei primeiro o "Memorial de Buenos Aires", que, como se pode intuir pelo título, também tem o Machado como uma de suas personagens principais, mesmo que ele seja uma referência da narrativa. Fiz a mesma promessa: escrever antes de terminar. Dessa vez não deu tempo mesmo. Gostei tanto, fiquei tão fissurado pela leitura que acabei lendo-o em dois dias. É uma obra inteira de piada-interna, por isso, talvez, não funcione para qualquer um. Mas é ótimo quando você entende e ri dessas internal jokes.

Ato reflexo, procurei a primeira incursão ficcional do AF Borges: "Que fim levou Brodie?", também com referências ao Brujo. Mas, na mesma oportunidade, abri outra exceção para os contemporâneos e adquiri "Quem matou o escritor?", do Sérgio Rodrigues. Novamente a saga: escrever antes de terminar. Novamente, não foi possível. Mas, como ainda está recente, posso sugerir umas linhas mestras que me ocorreram durante a leitura. "Quem matou..." me pareceu um animal vivo. Diferentemente das obras a que eu estou mais que acostumado - de escritores já falecidos - parece que estamos falando de uma obra que retrata o dia-a-dia das ruas. Algo ou alguém que você pode encontrar na rua, a qualquer momento. Não chega a ser realista, mas aborda o realismo de uma maneira over, como se utilizasse uma lente para chegar mais perto dos fatos narrados.

Ainda estou lendo "Que fim levou Brodie?", logo estaria dentro da minha teoria. O problema é que o post está imenso e misturando assuntos completamente diferentes, sem aprofundar nenhum. Logo, deixo para outro dia.

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