segunda-feira, 12 de junho de 2006

Drama-suspense-comédia

Costa-Gavras é conhecido pelos seus filmes altamente políticos. E chatos. Tentei DUAS vezes ver "Amén", seu longa sobre o envolvimento da Igreja Católica com o Holocausto, e dormi em ambas. Mas tinha lido, alhures, que o seu novo filme, "O Corte", era o melhor dele em anos. Além de ser uma comédia.

Admito que a escolha do longa foi completamente aleatória, pelo horário. Mas me surpreendi positivamente do início ao fim. A trama do longa é, por si só, uma piada pronta: um alto-executivo da indústria do papel é demitido após sua empresa se fundir com outra. Depois de dois anos procurando emprego, ele traça uma estratégia para voltar ao mercado: matar todos os concorrentes.

Na mão de qualquer cineasta bobo, seria um longa bobo. Na mão de Costa-Gavras se transforma numa incisiva crítica à busca aos lucros indiferente às suas consqüências. Isso tudo, sem perder a graça jamais.

Há cenas impagáveis. O grego Konstantinos Gavras sabe muito bem fazer gags visuais, além de usar sua trama surrealista para provocar risos pelo absurdo que presenciamos. Usa a inteligência para fazer gargalhar. Uma das melhores comédias que vi em anos.

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