domingo, 2 de julho de 2006

Apatia

Não sei se podemos culpar o Parreira pela derrota da Seleção. Ou antes, deveríamos estar preparado para o fiasco desde que o contrataram. De certa forma, o (ex?) técnico da seleção (em minúsculo porque merece) fez tudo o que o povo em geral pediu. Queriam o quadrado mágico? Tiveram. Queriam uma chance com Juninho em campo, colocando o Ronaldinho como atacante? Tiveram. Queriam que substituísse o Cicinho pelo Cafu? Também. O Robinho como opção no ataque? Positivo. Claro que generalizo. Juninho nunca treinou na função que desempenhou ontem. Cicinho jogou metade do segundo tempo. E Robinho entrou numa espécie de "se vira nos 15 (minutos)". O caso não é esse.

Parece que se tivesse colocado qualquer formação, o time não renderia. Faltava algo que Parreira não tinha, como não tem e provavelmente nunca vai ter: capacidade de empolgar os jogadores. Principalmente se a maioria dos jogadores já se consagrou outrora. Os jogadores brasileiros são os melhores do mundo, sim, mas esqueceram de combinar com o adversário. Poderíamos até escalar dois times para competir, para tentar uma final tupiniquim, mas quando era de verdade, valendo, esquecemos de colocar alguém em campo. Os jogadores pareciam fantasmas esperando que a fama jogasse sozinha. Ou que o Nome amendrontasse os adversários.

Ou seja, deveríamos saber desde o início que Parreira seria capaz de rever todos os seus conceitos, até escalando um time ofensivo, mas nunca conseguiria injetar ânimo em Roberto Carlos, Cafu, Ronaldo e cia.

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Enquanto isso... Felipão era o retrato da empolgação no comando dos portugueses. Na cobrança de pênaltis, meus olhos se encheram de lágrimas algumas vezes. No final, quando Ricardo agarrou a última cobrança, quase chorei. Fica claro para quem vamos torcer a partir de agora. Aliás, não deixará de ser irônico o encontro Portugal x França na semifinal.

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Zidane dando um lençol em Ronaldo foi mais que humilhante: foi o retrato de uma partida e de uma Copa do Mundo para o Brasil.

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Com isso chega ao fim o momento mais nacionalista que o Brasil consegue produzir. Infelizmente só acontece de quatro em quatro anos. Somente por esse aspecto, sou a favor da proposta da Fifa de colocar o mundial a cada dois anos. Só para incentivar o patriotismo dos brasileiros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo sim, Rô. Total e infelizmente