segunda-feira, 30 de julho de 2007

Homenagem inconsciente

A minha primeira reação ao saber que Bergman havia morrido foi parecida com a do Calil ("De tanto repetirmos que certos artistas são imortais, acabamos por acreditar"). A segunda foi mais estranha. Fiquei triste, como se fosse com a morte de um sujeito próximo. Mesmo que eu lide bem com a morte, fiquei para baixo, de luto mesmo.

Percebi que todos os caras que admiro e que ainda estão vivos vão morrer antes de mim. Se a "ordem natural das coisas" acontecer, vou acompanhar o enterro, sem ordem, de Woody Allen, do Veríssimo, do Chico Buarque. Vou passar novamente por esse sentimento de perda.

Bergman, que tinha uma fixação pela morte e pela psicologia, me fez sentir uma espécie de vazio com a sua própria. Uma justa homenagem inconsciente.

Um comentário:

B. disse...

eu fiquei triste, mais pelo mundo do que por ele.

acho que ele deve ter morrido feliz, com a sensação de dever cumprido. "fiz algo pela humanidade".

pior é morrer sem ter feito porra nenhuma. isso sim, deve ser triste.