domingo, 9 de dezembro de 2007

Por que eu fui ao show?

Infelizmente um show de grandes proporções, com 70, 80 mil pessoas, não é julgado apenas pela apresentação em cima do palco. Pelo contrário, em considerando que, muitas vezes, é quase impossível enxergar os músicos dedilhando seus instrumentos, o restante - conforto, segurança, organização - é o que mais conta.

Por isso é possível dizer: o show do Police foi o pior que eu já presenciei em toda a minha vida. Sting, Copeland e Summers até se esforçaram, enfileirando sucessos um atrás do outro para que ninguém desse a desculpa de que estaria desenturmado. The issue was off-stage.

Para começar, a fila de entrada. Qualquer jogo do Flamengo leva mais gente que o show de ontem. Mas é improvável que algo seja tão mal feita como aquela fina de entrada - ou seja, inexperiência não é exatamente uma boa desculpa. Uma multidão era espremida num portão comparativo pequeno e andava dentro de um curralzinho na tentativa de chegar às catracas, que merecem um capítulo a parte.

Antes de apresentar os ingressos, todos do gramado passamos por detectores de metal desligados e nenhuma revista. A falta de precaução resultou no óbvio: um dos pouquíssimos bares do gramado foi assaltado a mão armada. Isso mesmo, um sujeito entrou com um arma e assaltou os caras que vendiam cerveja, que, aliás, também precisam de um parágrafo só para eles.

A confusão era tão grande, era tão difícil comprar uma água mineral que vimos um camelô vendendo copinhos tirados diretamente da caixa por R$ 4. Os bares só deveriam aceitar uma ficha comprada num único caixa - para todo o público do gramado. Como isso não estava funcionando, eles abriram a exceção e começaram a aceitar dinheiro. O resultado já é conhecido.

A insegurança era tanta que, em certo momento, houve uma briga em um grupo que demorou uns cinco minutos para ser contida por pessoas da platéia. Até agora, ninguém do "controle de acesso" chegou lá para conferir a questão.

Isso sem contar com o telão que não funcionou na primeira música, dando uma sensação de "por que mesmo eu paguei uma grana para vir para cá?" Ou como dizem: "Cadê o meu cocar?"

***

Amigos que estavam em outras dependências disseram que o show foi tranqüilo, dentro do que pode ser um evento que reúna mais de 70 mil pessoas.

***

Para coroar, um camarada meu, na saída do Maracanã, viu um acidente bizarro: um sujeito caiu de um passarela de acesso ao estádio em cima de uma menina. O cara conseguiu se levantar logo em seguida. A menina, não.

Nenhum comentário: