sexta-feira, 19 de março de 2010

Roteiro de curta "A charlatã"

Enviei um roteiro que fiz sem pretensão para participar de um concurso. Como duvido que vá ser selecionado, vou publicar aqui o argumento e, para quem se interessar, o próprio roteiro. Foi divertido escrevê-lo.

***


A CHARLATÃ

“A charlatã” mostra que quando procuramos algo, sempre encontramos alguma coisa, mas não necessariamente o que queríamos de início. Isso pode até ser decepcionante para certas pessoas. Entretanto, se estivermos prontos para receber essa surpresa do destino, conseguimos descobrir um pouco mais sobre nós mesmos. “A charlatã” é um filme a favor da ação, contra a morosidade. E principalmente a favor do bom humor, mas sem que para isso precise ser raso. Pelo contrário.

No curta, acompanhamos Marta Carneiro de Bragança, uma viúva rica de mais de 50 anos. Após a morte do marido, Marta se sente cada vez mais sozinha e começa, a seu modo, procurar um sentido para a sua vida. Desesperançada, ela opta por uma vidente, de quem tinha recebido um folheto na rua.

A vidente, Madame Teresa, é uma mulher sofrida, que já passou por vários problemas na vida, mas que sempre conseguiu rir das próprias desgraças. Tem duas filhas, Juliana, de 17 anos, e Carol, de 12, com quem mora, e faz trabalhos religiosos para manter a casa. Por causa das dificuldades, ela apela para “todos os santos”, literalmente, além de praticar “terapias alternativas”, como a regressão.

Apesar do pouco estudo, Madame é esperta e sabe quais são as tendências do momento, optando, por exemplo, por chamar suas clientes de “pacientes”. Entretanto, como trabalha em casa, muitas vezes divide o espaço com as filhas e com o ambiente doméstico, o que causa confusões e cenas cômicas.

A filha mais velha, Juliana, está na fase em que só se preocupa com o namorado, além de achar que a mãe defende a irmã mais nova, Carol, que é uma ótima estudante do colégio. Marta faz a regressão – a primeira verdadeira de Madame, que se surpreende – e descobre que em outra vida fora uma mendiga. Aquilo a atordoa sobremaneira e ela sai da casa de Madame sem falar com ninguém, deixando inclusive a bolsa para trás.

Dias depois, Marta telefona para Madame pedindo mais: queria saber mais sobre o seu passado, de maneira mais... real. Madame, com todo o seu espírito empreendedor, inventa na hora uma nova modalidade, aproveitando a deixa: iria tentar fazer uma regressão realística. Marta aceita.

Madame dopa Marta que acorda no meio de uma rua antiga, que foi “maquiada” por Madame e um grupo que ela coordenou para parecer do século XIX. Quando Marta acorda, fica espantada com a realidade da cena e, também, com detalhes que não se encaixam no quadro, como homens com relógios de pulso, gente usando calça jeans, e um menino de brincos. Marta fica tão chocada com a sequência que desmaia.

Quando acorda, muitas horas depois, está no quarto de Madame, com várias pessoas que tinham participado da “reconstituição”. Todos estão preocupados e ficam felizes quando a veem. Madame, que tinha enganado a paciente, diz que vai contar tudo, mas Marta a abraça dizendo apenas “obrigado”.

Nenhum comentário: