quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Desconstruindo mitos

- É muito interessante, para mim, quando revejo filmes que me marcaram há dez, 11 anos, como é o caso de "Desconstruindo Harry", e percebo que consigo reconhecer os motivos pelos quais gostei do longa, além de ter a grande satisfação que ainda gosto dele, mas agora por outros motivos. Foi como se olhasse para uma paixão adolescente e, mesmo sem a paixão, conseguisse ver o quanto foi - e é - importante para mim. Foi emocionante.

- Borges dizia que, no início de sua carreira literária, ele se aliou ao ultraísmo porque queria parecer antenado com o seu tempo de tantos ismos e necessidades de vanguarda. Dizia ele que tentava ser moderno porque havia se esquecido que era impossível não pertencer ao seu próprio tempo. De maneira inversa - exatamente porque gosto muito de Borges - tentei me isolar de meu tempo e espaço, para, primeiro, fugir à sina que ele tanto imaginava como impossível de se escapar, segundo porque queria imitá-lo, porque na minha interpretação mais primária, não via o quanto o século xx de Buenos Aires estava em todas as suas criações.

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