terça-feira, 30 de novembro de 2010

Beltrame vira ídolo

Tinha tudo para dar errado. Não deu. Tinha tudo para ter um banho de sangue. Não teve. Tinha tudo para ser um fiasco. Não foi. A operação do Alemão prendeu poucos traficantes, sim, mas é inegável que não ter morrido nenhum policial nem ter entrado na comunidade atirando foi uma grande bola dentro. A retomada do território era o objetivo principal, a meu ver. Prender os caras é importante, mas fica em segundo plano.

A política pública de segurança do Rio mudou quando um delegado federal gaúcho assumiu o posto de secretário, um cargo que tinha um limite de tempo em qualquer governo anterior. José Mariano Beltrame ficou os quatro anos e nada dá mostras que ele vai sair no próximo governo.

As UPPs, seu principal programa, não são novidades - o projeto é uma adaptação do que fizeram lá na Colômbia. E mesmo no Rio, já houve outros projetos parecidos na época do Gpae (Grupo de Policiamento em Áreas Especiais). Mas, a diferença é que Beltrame fez funcionar. Não me lembro de ter visto qualquer notícia sobre um problema nas UPPs. O lidar com o público - em todos os níveis de interpretação - é de uma honradez incomum.

E, como disse um amigo meu, se há uma outra vantagem para que gostemos dele é a sua não-candidatura nas últimas eleições. Enquanto há pseudo-celebridades de todos os naipes que bastam 5 minutos de fama para concorrer a cargos públicos, Beltrame se manteve distante do foco. Quase não aparecia nem na campanha de seu candidato, o governador. Fazia o seu trabalho e está de bom tamanho. Se todos apenas fizessem os seus trabalhos...

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