domingo, 11 de setembro de 2011

Famosa samosa

Renata chegou. Isso quer dizer que fizemos programas mais leves hoje. Fomos ao Borough Market.

Decidimos não saltar na estação mais próxima [London Bridge] e descer na anterior [Waterloo] - porque era mais rápido e porque teríamos a desculpa de caminhar beirando o Thames. [Antes de continuar, vale duas notas: hoje as interrupções de tráfego do metrô nos atrapalharam, mas pouco. E que a linha Jubilee, acredito que seja a mais antiga da cidade - ao menos é a mais profunda no underground -, tem um vidro nas estações, imagino que para evitar eventuais suicídios.] Essa nossa antecipação foi uma grande bola-dentro. Está rolando apenas neste fim de semana um festival, em que há várias barraquinhas vendendo artesanatos, mas, principalmente, comida. Não havia comida de todos os lugares do mundo, como já encontrei aqui em outras feiras, mas principalmente da Coreia - aparentemente uma das patrocinadoras do evento - e da Polônia, onde ocorrerá a próxima Eurocopa, ano que vem, na cidade de Gdansk, junto com a Ucrânia, parece.

Mas havia uma barraquinha de churros brasileiros, diversas de tacos mexicanos, várias de paellas espanhola, e uma que vendia sambosa, da Etiópia e da Eritreia. Adivinhe qual eu escolhi?

A sambosa nada mais é que a famosa samosa indiana, mas com recheio etíope - no caso, lentilhas. Samosa, para quem não sabe, é um tipo de pastelzinho, frito, que vem com recheio normalmente de batata, mas pode ser de qualquer coisa. É um petisco que se pode comer em qualquer lugar e é ótimo para aquela hora que estamos com fome não sabemos de quê.

Na última vez que estivemos aqui, fomos a outra feira - cujo nome, claro, eu esqueci - onde encontrei comida das ilhas Maurício. Era - razoavelmente - parecida com a da Índia, o que me dá vontade de e argumento para sugerir que a Índia é uma grande influência - ao menos - na costa leste da África. Já sabia, por exemplo, que Bollywood é um sucesso no Oriente Médio, e no chamado Sudeste asiático, e certamente a comida deve seguir esse caminho.

O caso da samosa/sambosa ainda tem o "agravante" da sonoridade ser bastante parecida, o que reforça esse parentesco. Aliás, essa pequena mudança na fonética me remeteu a outra mudança que apostaria ter acontecido da mesma maneira. No Brasil, chamamos aquele famoso prato de repolho alemão de "chucrute". O original é "sauerkraut". Para mim, uma coisa deu na outra.

Essas mudanças fonéticas são muito comuns, na influência de uma cultura em outra. Borges disse algumas vezes que o famoso Thor, deus nórdico do trovão, que virou super-herói da Marvel, nada mais era, de acordo com alguns estudiosos, que a forma que os nórdicos chamavam Heitor, da mitologia grega, "um príncipe de Tróia e um dos maiores guerreiros na Guerra de Tróia, suplantado apenas por Aquiles". Os do Norte da Europa queriam ter um grande épico pelo qual cantar, assim como os do Sul, e começaram a transliterar alguns personagens. De certa forma, já imaginava isso, quando chamava o Heitor Pitombo, que é fascinado por histórias em quadrinhos, de "hei, Thor!" [Aparentemente, todos os amigos dele sempre fizeram o mesmo, desde quando ele era uma criança].

2 comentários:

Backpacking Ninja disse...

Sambose.... tem que provar sambose que voce mencinou.... Esperando para fin de semana :)

contonocanto disse...

I dont know if we will find the same one - but we can try. :-)