sábado, 16 de fevereiro de 2013

Conselho para teses de um conselheiro

[...] é preciso ainda apreender a escrever como um intelectual acadêmico ( note que acadêmico não se refere mais à Academia Brasileira de Letras, mas à universidade ). Sobretudo, não deixe que seu estilo se confunda com o de jornalistas ou outros leigos. Você deve transmitir a impressão de profundidade, isto é, não pode ser entendido por qualquer leitor. Há três regras básicas que formulo com a ajuda do editor S. T. Williamson. Primeira: nunca use uma palavra curta se puder substituí-la por outra maior: não é “crítica” mas “criticismo”. Segunda: nunca use só uma palavra se puder usar duas ou mais: “é provável” deve ser substituído por “ a evidência disponível sugere não ser improvável”. Terceira: nunca diga de maneira simples o que pode ser dito de maneira complexa. Você não passará de um mero jornalista se disser: “os mendigos devem ter seus direitos respeitados”. Mas se revelará um autêntico cientista social se escrever: “o discurso multicultural, com ser desconstrutor da exclusão, postula o resgate da cidadania dos povos da rua”
José Murilo de Carvalho deu, em 1999, ótimas dicas para se dar bem na Acade... na Universidade.

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