quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Aperfeiçoando o niilismo

Ele quer aperfeiçoar o niilismo revelando o niilismo secreto na longa história do dar sentido metafísico. As pessoas, Nietzsche argumenta, viram as coisas como um "valor" se isso serviu para manter e crescer das suas próprias vontades de poder ou a repulsa dos poderes superiores. Por detrás de cada definição de valor e declaração de valor havia, portanto, a vontade de poder. Isso era verdade também para os "grandes valores" - Deus, ideias, o transcendental. Por um longo tempo, entretanto, essa vontade de poder não foi transparente para si mesma. Enfeitara as coisas criadas por eles próprios com a aura de uma origem super-humana. As pessoas pensaram que eles tinham descoberto essências independentes quando na verdade eles tinham apenas as inventado - da vontade de poder. Eles tinham lido de maneira errada sua própria energia de criar valores. Eles evidentemente preferiram ser vítimas e recebedores de dádivas do que agentes e doadores - possivelmente pelo medo da sua própria liberdade. Essa desvalorização fundamental das próprias energias de criação de valores foi mais tarde crescida por meio de valores transcendentais estabelecidos. Procedendo do transcendental, eles desvalorizaram o corpo e finitude. Evidentemente faltou a eles a coragem para a finitude. Por conta disso, portanto, aqueles valores transcendentais, inventados como um bastião contra a ameaça da nulidade e finitude, se transformaram a força para a desvalorização niilística da vida. Sob o céu de ideias, Nietzsche diz, os humanos nunca vieram ao mundo verdadeiramente. Esse céu de ideias que ele agora espera destruir - essa foi o aperfeiçoar do niilismo - para que a humanidade pudesse ao menos aprender o que queria dizer "permanecer fiel à terra". Essa foi a ultrapassagem do niilismo.
Rüdiger Safranski escrevendo sobre Nietzsche na biografia de Heidegger [tradução minha].

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