quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O início e o fim da era de Nietzsche

Já ouvi acusarem Nietzsche de ser um sujeito que queria apenas complicar em vez de explicar. Que queria arrumar confusão. Cujas ideias não se aplicam à sociedade. Um adolescente, imaturo. Alguém que não sabe ser contrariado. Em suma, um mimado. Porém curiosamente Nietzsche, talvez mais que a maioria dos filósofos, deve ser entendido dentro de um contexto histórico. Para percebermos que, talvez, não seja nada disso, é aconselhável colocar esse mesmo Nietzsche, que dizia que a História servia para muita coisa, além de criar culpa e remorso, dentro de um momento da passagem do tempo.

Assim podemos ver que ele estava lutando contra uma série de pretensas verdades que travavam os músculos das pessoas que queriam simplesmente viver. Ele queria libertá-las, e se sacrificou - sem o pedido de ninguém - por isso. Propôs novas formas de se acreditar na vida, que ele sustentava que eram melhores, mas que não dá para garantir mesmo que são, ou que funcionem para todo mundo. Criou uma nova forma de pensar que, sob um forte filtro interpretativo, contaminou totalmente as gerações seguintes, a ponto de agora, ser complicado concordar com ele. Ou seja, em outro contexto histórico, Nietzsche, que dizia que já nasceu póstumo, está fadado a desaparecer. E assim a roda da vida gira novamente.

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