quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Campanha que vale a pena: não eleger o Cabral

Aparentemente já perdemos a batalha para a eleição de governador no próximo ano. Qualquer que seja a alternativa não vai mudar muito o que está em jogo, agora. Vamos ao segundo turno e votamos no menos pior - como tem sido nos últimos muitos anos. Mas há uma campanha que podemos e devemos nos engajar e que vale a pena: não deixar Sérgio Cabral se eleger para o Senado.

Se para governador o virtual vencedor é Lindblergh - já que é o que tem menos rejeição numa disputa que tem os campeões no quesito Garotinho, Crivella e Cesar Maia, além do poste chamado Pezão - para senador, não sabemos muito bem quem sairá candidato, além do excelentíssimo senhor governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho. Mas qualquer que seja o segundo candidato, devemos focar nele nossos votos.

Pode ser alguém pior que Cabral? Pode, claro. Se for o Garotinho, sugiro votarmos no terceiro colocado nas pesquisas. Mas será difícil barrar a completa antipatia que o governador fomentou contra ele. Ontem ouvi um deputado estadual, famoso por ser oposição a tudo isso que está aí, falando que Cabral deve ter algum problema psiquiátrico, de falta de noção do que é real, verdadeiro, efetivo. O motivo do comentário foi ele ter voltado a usar o helicóptero para seus deslocamentos, no momento em que todas as pessoas reclamam de dificuldades com o trânsito, com o argumento de falta de segurança - oi? O governador está se sentindo tão acima do bem e do mal que um choque de realidade vai fazer até bem a ele. E não consigo imaginar choque melhor que não conseguir se eleger nem para o Senado. Então, governador, é pensando no senhor que vamos fazer essa campanha, ok?

Vamos à prática. Nesse momento, apesar da pior avaliação dos últimos sete anos, Cabral ainda tem 20% de bom/ótimo em todo o estado. Considerando as últimas eleições, Lindblergh e Crivella foram eleitos para a casa do Congresso com 28% e 22% dos votos, respectivamente. Se toda a aprovação do Cabral fosse convertida em voto, ele teria dificuldade, neste momento, de se eleger - ainda mais considerando que em 2014 haverá apenas uma vaga, o patamar deve subir para 30-40% dos votos, num chute. Mas Cabral tem a famosa máquina governamental.

Saiu hoje no jornal: Pezão foi acusado pela sétima vez por ter promovido sua campanha para governador. Sétima vez. Só de condenação foram três vezes. O que ele teve que fazer? Pagar uma multa. A multa? R$ 25 mil. Agora, você, você aí, sentado na sua cadeira do trabalho, ou deitado na cama, ou lendo pelo celular, você mesmo, você acha que alguém que, digamos, enriqueceu bastante nesses últimos anos de grandes obras no Rio, cuja mulher é advogada das grandes empresas que mandam no estado, vai se importar de pagar R$ 25 mil? Nem que fosse por dia. Cabral vai usar - como já está usando - a máquina para se promover. E vai alavancar sua candidatura, principalmente quando ele se descompatibilizar, em março.

Daí, cabe a nós, eu e você, eleitores que não aguentamos mais Cabral e que queremos fazer um favor para ele, cabe a nós, eu dizia, usar da mais pura matemática eleitoral e simplesmente fazer voto útil. Não importa [quase] quem é o segundo colocado. Cabral deve ter uma derrota eleitoral para mostrar que a carreira política dele acabou. Para mostrar, até para o próximo governador, que quem fizer um governo ruim, antissocial, antipopular, vai  ter o mesmo destino. No máximo, vai se eleger para cargos em que não precisa de uma votação majoritária, como para deputados e vereadores - caso, inclusive, de Cesar Maia, outro que cavou sua própria cova. Síndico do prédio? Esquece.

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