domingo, 23 de fevereiro de 2014

Vizinho londrino


A vizinhança londrina foi escolhida a dedo para dar tranquilidade ao fim da vida de Freud, que havia muito sofria de câncer na mandíbula. As amplas casas de tijolos vermelhos exalam a solidez da sede do império onde, dizia-se, o sol nunca se punha (e ainda assim esteve para ser invadida por Hitler, embora Freud não vivesse para passar por mais esta aflição). Suas coisas, inclusive o célebre divã, estão lá, como se lá sempre tivessem estado. A casa tornou-se museu depois da morte de sua caçula e pupila, Anna, em 1982. É uma visita educativa, tocante e simpática. À saída, compra-se um boneco de pelúcia de Herr Doktor para pôr na prateleira com os livros de psicanálise ou um mousepad reproduzindo o não menos célebre tapete persa que fica sobre o divã.
Dapieve escreveu sobre o meu ex-vizinho em Londres. Quando fui lá, não vi nada dessa lojinha. Será que eu estava sublimando meus desejos de compra?

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