quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nada mais ou menos

Registro para os escafandristas
Nada também é importante
Não se deixe enganar por rostos angelicais
Nada é nada
Diminuir o ritmo, pintar uma cena do diário
Não é nada.
Branco do céu chuvoso, rede balançando
É quase nada
Nadar no natural
É um ótimo tipo de nada possível
Nada, nada mesmo, é improvável.
Nada é não responder perguntas, dúvidas, demandas
Nada que se alcança, é certo
Nada não se enxerga, mas nada ninguém viu
Em nenhum lugar.
Nada ajuda a tudo fluir melhor.
Tudo não é o oposto de nada.
Tudo é o que sobra quando nada sai de cena.
Tudo é o mundo lá fora.
Nada é o meu mundo.
Tudo é a Terra que nos engloba e nos engole
Nada não importa
Não importa - para tudo
Para tudo!
Para tudo, dizem que há uma saída.
Nada é a saída - ou a entrada
Que leva a tudo. A todos.
Tudo e todos. É enorme.
Nada é miudinho.
O nada, claro, que roçamos
O nada de que podemos falar.
O quase-nada então.
Não é exatamente o nada, mas o seu-vizinho
Indica nada
Tem cheiro e gosto de nada
É o que suspeitamos.
Nada diminui a velocidade
Até o batimento basal, natural
Tudo obriga a nós, brigamos, abriga-nos
Tudo, tudo, tudinho
Tudo que não sabemos também exatamente tudo.
Tudo, porém, é mais fácil.
Tudo, porque tudo envolve
Até onde a vista cansa
Tudo me mata de desgosto, se só tudo existe
Nada desenlaça, desengasta, desentorpe
Viver nesse mundo que exige tudo
E eu só tenho nada a declarar
É ter pernas largas e dar passos longos
Nada realmente importa
Tudo, nesse caso, e ao contrário, exporta
E importa
Tudo é um jogo, é participação no tabuleiro.
Nada é encontrar sua própria respiração
Dá para viver com nada?
Nada, não. Quase nada?
Tudo espreita.

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