"Cartas de Iwo Jima" é um filmão. Daqueles que mexem com você antes, durante e depois. Me lembrou "Platoon", de Oliver Stone, mas é maior. Além de contar a história da perda da inocência (no caso de um padeiro), mostra como um general tem que convencer um povo a negar seus princípios - no caso, convencer os japoneses a não cometer suicídio quando perder uma batalha. Pinta um retrato realista (o que seria isso?) da II Grande Guerra visto pelo ângulo do perdedor, assim como fez "A queda". Mas as semelhanças páram por aí.
Eastwood, americano, republicano, descendente de John Ford, ex-caubói das telas, contou a versão japonesa de uma das maiores vitórias norte-americanas na IIGG. Não tem dó, piedade ou condenscendência. Japoneses não são bons nem maus. Norte-americanos, muito menos. Maniqueismo passa longe.
Melhores momentos (se não viu o filme, pare aqui) são aqueles da carta do americano - mesmo que dê uma certa valorização logo depois. E do assassinato dos prisioneiros japoneses. Excepcional. Estava aí a decisão entre um filme bom e um excelente. E Clint Eastwood fez a segunda opção.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
notas carnavalescas
- O samba Beija-Flor deste ano é um plágio do jingle do Eymael. Aquele do "Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão...."
- Eu odeio carnaval. Acho essa ditadura da felicidade nociva. Mas a comissão de frente da Mangueira - que fui obrigado a ver por causa do trabalho - bem legal.
- Eu odeio carnaval. Acho essa ditadura da felicidade nociva. Mas a comissão de frente da Mangueira - que fui obrigado a ver por causa do trabalho - bem legal.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Jornalismo sensacional
Para que serve o jornalismo? Como eu não fiz aquele juramento na formatura, não sei qual é a resposta oficial, mas suspeito que tenha a ver com, unicamente, audiência, seja ela na vendagem de exemplares ou no número de espectadores.
Se não, vejamos um caso das semanas passadas, só para ficar num exemplo à mão: o assassinato do milionário da Mega-Sena. É uma ótima notícia. Contudo, analisando o fato de perto, resolver esse caso, noticiar a prisão da viúva, elucidar quem apertou o gatilho, descobrir que foi o mandante, conhecer todo o plano só serve para a família de Renné Senna, mais ninguém. Claro que interessa a todo mundo, daí ela ser uma ótima notícia. Mas, na prática, ninguém vai aprender a ganhar R$ 52 milhões na loteria, se proteger de atentados contra a vida, escolher melhor as namoradas. O fato é que acompanhamos o desenrolar das investigações como quem assiste a uma novela. Elegemos o vilão - ou a vilã -, e procuramos os mocinhos para torcer por.
Não entendam o parágrafo anterior como uma crítica aos costumes jornalísticos. Não sou ingênuo o suficiente para afirmar que a melhor notícia do dia deveria ser algo que influenciasse na vida de todos os cidadãos, como, sei lá, o movimento em Brasília. Isso até é notícia, mas é considerado chato - e é, realmente.
Nem quero falar sobre a "espetacularização do jornalismo", porque alguém já disse isso antes e eu não me lembro quem.
É algo mais pé no chão. Pensar no que é o jornalismo, hoje em dia. Para que serve. Acho que serve para vender jornal. Ou, em outras palavras, entreter. Aliás, exagerando um pouco a mão, sempre serviu, apenas o conceito de diversão era bem diferente do de agora. Provavelmente, a única regra ainda válida para o jornalismo e que, talvez, servirá para sempre é a de que notícia é quando o homem morde o cachorro.
Se não, vejamos um caso das semanas passadas, só para ficar num exemplo à mão: o assassinato do milionário da Mega-Sena. É uma ótima notícia. Contudo, analisando o fato de perto, resolver esse caso, noticiar a prisão da viúva, elucidar quem apertou o gatilho, descobrir que foi o mandante, conhecer todo o plano só serve para a família de Renné Senna, mais ninguém. Claro que interessa a todo mundo, daí ela ser uma ótima notícia. Mas, na prática, ninguém vai aprender a ganhar R$ 52 milhões na loteria, se proteger de atentados contra a vida, escolher melhor as namoradas. O fato é que acompanhamos o desenrolar das investigações como quem assiste a uma novela. Elegemos o vilão - ou a vilã -, e procuramos os mocinhos para torcer por.
Não entendam o parágrafo anterior como uma crítica aos costumes jornalísticos. Não sou ingênuo o suficiente para afirmar que a melhor notícia do dia deveria ser algo que influenciasse na vida de todos os cidadãos, como, sei lá, o movimento em Brasília. Isso até é notícia, mas é considerado chato - e é, realmente.
Nem quero falar sobre a "espetacularização do jornalismo", porque alguém já disse isso antes e eu não me lembro quem.
É algo mais pé no chão. Pensar no que é o jornalismo, hoje em dia. Para que serve. Acho que serve para vender jornal. Ou, em outras palavras, entreter. Aliás, exagerando um pouco a mão, sempre serviu, apenas o conceito de diversão era bem diferente do de agora. Provavelmente, a única regra ainda válida para o jornalismo e que, talvez, servirá para sempre é a de que notícia é quando o homem morde o cachorro.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
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