"Cartas de Iwo Jima" é um filmão. Daqueles que mexem com você antes, durante e depois. Me lembrou "Platoon", de Oliver Stone, mas é maior. Além de contar a história da perda da inocência (no caso de um padeiro), mostra como um general tem que convencer um povo a negar seus princípios - no caso, convencer os japoneses a não cometer suicídio quando perder uma batalha. Pinta um retrato realista (o que seria isso?) da II Grande Guerra visto pelo ângulo do perdedor, assim como fez "A queda". Mas as semelhanças páram por aí.
Eastwood, americano, republicano, descendente de John Ford, ex-caubói das telas, contou a versão japonesa de uma das maiores vitórias norte-americanas na IIGG. Não tem dó, piedade ou condenscendência. Japoneses não são bons nem maus. Norte-americanos, muito menos. Maniqueismo passa longe.
Melhores momentos (se não viu o filme, pare aqui) são aqueles da carta do americano - mesmo que dê uma certa valorização logo depois. E do assassinato dos prisioneiros japoneses. Excepcional. Estava aí a decisão entre um filme bom e um excelente. E Clint Eastwood fez a segunda opção.
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