“Para que viver? Tudo é vão! Viver — é debulhar palha; viver — é queimar e, contudo, não se aquecer.” —
Esse palavrório antigo ainda é considerado “sabedoria”; embora seja velho e embolorado, por isso é ainda mais respeitado. Também o mofo enobrece. —
Crianças poderiam falar assim: elas receiam o fogo, porque as queimou! Há muita criancice nos velhos livros de sabedoria.
E aqueles que sempre “debulham palha”, como teriam o direito de blasfemar contra a debulha? Deveríamos amordaçar a boca desses loucos!
Eles se sentam à mesa e nada trazem consigo, nem mesmo uma boa fome; e agora blasfemam: “Tudo é vão!”.
Mas bem comer e bem beber, ó meus irmãos, não é verdadeiramente uma arte vã! Destroçai, destroçai as tábuas dos jamais contentes!
[ZA, 3ª parte: “Das velha e novas tábuas”, 13]
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