sábado, 11 de novembro de 2006

Ainda o seqüestro

Dia seguinte ao seqüestro de Francisco Cuoco, mais uma situação esbarrou na semântica. Para quem estava na Austrália, uma leve explicação: um homem, chateado com a separação da mulher, resolveu, para, sei lá, impressioná-la, seqüestrar um ônibus, com ela dentro. A situação tinha tudo para ser trágica, mas, ao fim, foi quase tragicômica.

O problema ficou a cargo da seguinte situação: o homem não obrigava ninguém a fica dentro do ônibus - além da própria ex-mulher, claro. Os últimos passageiros ficaram no intuito de persuadi-lo da tentativa de matá-la e, em seguida, cometer o suicídio. Resultado: o promotor não quer apresentar denúncia pro seqüestro. Já o delegado, que é que conduz o inquérito, discorda.

Ou seja, semanticamente, ele seqüestro, raptou e qualquer outra palavra que queria sintetizar o ato de violência que impede uma pessoa de usufruir da própria liberdade. Seria, então, correto chamar o sujeito de seqüestrador? Eu acho que sim.

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