O ultimíssimo show dos Hermanos, na Fundição, foi o mais diferente de todos que eu presenciei. E olha que, desde uma longíqua apresentação na Loud, no Cine Íris, após terem lançado o "Bloco do eu sozinho", já fui em pelo menos um show a cada novo disco. Ou seja, numa conta por baixo, esse foi o quinto.
Não me comparo com outros fanáticos - conheço quem foi três vezes só na turnê do "4", por exemplo -, mas sei mais ou menos como funciona as cabeças de Camelo, Amarante, Medina e Barba, sobre o palco. E posso assegurar, essa foi diferente.
Claro, nenhuma das apresentações é igual a outra. Eles sempre mudam de repertório por causa do público que os assiste, do disco em questão, do tamanho do palco e do tempo com a mesma roupagem. Mas é nesse ponto que eu quero chegar: eles são conhecidos por não serem óbvios nas apresentações. Ou seja, "Ana Júlia" não é exatamente um top ten ao vivo. Além disso, eles não optam, necessariamente, por músicas mais agitadas, para animar o público cativo.
Funciona como se eles, normalmente, jogassem contra a vontade do público, não se deixando levar pelas facilidades. Não que eles sejam marrentos - até são - mas o caso é lutar contra a morosidade, a preguiça e o lugar-comum. Por isso, inclusive, eles são e serão lembrados para sempre.
MAS no show, eles estavam, como diria o Amarante, sentimentais. Camelo, vestido de um not-cool terno, pulava de um lado para outro, dava cabeçadas amigáveis nos outros componentes, se enrolava no fios da guitarra. Mas o sentimendo que o fim estava chegando, a nostalgia do que estava terminando, ficou mais evidente com a escolha das músicas.
Eles tentaram agradar o público. Tocaram vários sucessos, músicas conhecidas e poucas baladas. E não pareceu que eles estavam se curvando ao gosto popular(esco), mas uma comunhão, um "por que não tocar 'Pierrot' e agradar a multidão que grita?". Pareciam que, desta vez, os meninos estavam em uma festa, uma jam session, algo familiar, particular, algo entre hermanos.
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