Quando, há dois anos, assisti ao show do Arcade Fire no Tim Festival, eles não eram exatamente a minha banda preferida. Achava suas melodias bonitas, mas faltava sangue no CD. Eles eram como fotos de crianças com bochechas rosadas. Fofos e de papel. Entretanto, sobre o palco, o quinteto (são só cinco mesmo?) fez de tudo para me convencer do contrário, que eu estava errado.
Foi espetacular, numa acepção que se aplicaria mesmo que o objetivo não fosse exatamente esse. Foi impressionante. Foi memorável ao ponto de até hoje lembrar detalhes da apresentação, como o grupo inteiro em pé em silêncio antes de começar a primeira música e, em seguida, começar apenas o bumbo e o coro acompanhando. Ou os caras subindo pelas instalações do palco. Excelente...
Bem, isso tudo para dizer que não consigo parar de ouvir o último álbum dos moços que saíram do Texas para se estabelecer em Montreal, "Neon Bible". Todo o punch que faltava a primeira incursão nos estúdios sobra nesse. Os arranjos, contudo, continuam lindos, impressionantemente lindos. De chorar. É como se os escutasse ao vivo, todos os dias, quando quisesse.
Arrisco, desde já, que é o melhor CD do ano.
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