quarta-feira, 27 de agosto de 2008

War

Pela internet

Navegando por aí, encontro algumas pérolas:

"Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença." Dele.

"Ao observar a discreta cobertura dada até aqui à passagem de Wim Wenders pelo Brasil (em comparação com a euforia provocada há alguns dias por David Lynch), não pude evitar um pensamento cruel: o cineasta alemão tornou-se uma espécie de Ronaldinho Gaúcho do cinema. Um sujeito que brilhou intensamente no passado, que teima em nos decepcionar no presente e que decidiu viver meio que a passeio." Do Calil, em novo endereço.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Olimpíadas

Dividindo pensamentos sobre o quadro de medalhas:

O Reino Unido ficou em quarto. Em 2012, vai ficar, mole, em terceiro.

A Coréia do Sul ficou na frente do Japão. Impressionante.

A Grécia não teve nenhuma medalha de ouro. Estranho.

Três potências do atletismo, como sempre, só ganharam medalhas na modalidade: Jamaica, Quênia e Etiópia.

Achei a participação do Brasil boa, não ótima. Poderia ser melhor, claro. Só pensar nos nossos favoritos que não ganharam nada. Mas achei 15 medalhas - e aqui penso no sentido de crescimento esportivo como um todo - um resultado bom.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Por uma vida menos ordinária

Um camarada meu, de outros tempos, me pediu para escrever a orelha de seu livro. Que louco, pensei, pedindo a mim para fazer um dos textos mais importantes de apresentação. Só tenho a dizer que foi uma honra. O mínimo que posso fazer é retribuir por aqui. A divulgação não é exatamente para uma multidão, aliás, muitíssimo pelo contrário. Mas vai que um desavisado aparece por aqui? Deixo perdido o link, então.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Olímpicas

Robson diz que brasileiro não gosta de esporte, quando muito, vê futebol e gosta mesmo é de ganhar. Creio que generalizações são complicadas de comprovar, mas, de qualquer maneira, dá para pensar em algo parecido no meio dessa olimpíada. É comum ouvir as pessoas reclamarem que estamos abaixo de países com pouca ou nenhuma tradição esportiva no quadro de medalhas. Como se isso fosse realmente importante.

Olimpíadas não valem para ver o seu país ganhar uma partida de futebol. Elas existem para mostrar o que de mais impressionante o gênero humano produziu até aquele momento, em todas as suas modalidades. Descobrir o mais rápido, o mais forte e o que salta mais longe - como defende o lema. É ver um jogo de pingue-pongue entre um norte-coreano e um chinês e achar ótimo. É ver hóquei sobre a grama de holandesas e argentinas. É conferir equitação, tiro com arco, pólo aquático. É apreciar a superação, os suores, as lágrimas, as compensações, as frustrações, as alegrias e tristezas, as belezas e as feiúras, o que há de melhor e o que há de pior na raça humana.

Mesmo que o lema do barão tenha sido deixado para trás há cem anos e que o amadorismo seja apenas uma lembrança ingênua, o prazer de uma Olimpíada vale o dobro - no mínimo - de uma copa do mundo. Só para ficar no exemplo mais boboca.

Coincidências

Coincidências históricas não provam nada e você pode criar qualquer teoria fazendo paralelos entre dois tempos e duas potências. Mas não deixa de ser intrigante - e assustador - pensar que o último país que fez uma olimpíada com a intenção de provar uma superioridade (racial, hegemônica, etc.), está crescendo economicamente de maneira assustadora, principalmente com dinheiro americano, e que, além disso tudo, vive sob uma ditadura, com todos os seus contras implícitos, como a falta de liberdade generalizada, antes da China foi a Alemanha Nazista.

A diferença primordial talvez seja a figura do ditador, vivíssimo na presença de Hitler, em 1932, e uma sombra virtual, que aparece em frente à cidade proibida no caso de Mao.

Isso não prova nada, mas, de qualquer maneira, deixo escrito que espero que, daqui a sete anos, nenhum país seja invadido pelo exército vermelho. Mas se for, pelo menos temos no Brasil o consolo que a nossa Copa do Mundo já teria passado.

sábado, 16 de agosto de 2008

Centésimos

Pequim não é a primeira olimpíada do Oriente em que um americano chega tentando bater o recorde do Mark Spitz de medalhas de ouro. Em 1988, em Seul, Matt Biondi era o cara. Menos versátil que Phelps, nadava "apenas" os 50m, 100m livre e 200m livre, além dos revezamentos. E os 100m borboleta. Sua primeira prova.

Ele vinha de algumas derrotas em provas nos EUA contra um surinamês moreno chamado Anthony Nesty. Na prova, Biondi sai na frente, sem dar margem para o adversário. Mas, ao alcançar o T final da piscina, o americano ondula, estica os braços e encosta na borda, marcando 53'01. O adversário crava 53'. No T, com quase um antebraço de desvantagem - uma eternidade - ele dá uma segunda braçada curta e rápida. O sonho das sete medalhas de Biondi já tinham acabado antes mesmo de começar.

Depois, ele ainda viria perder os 200m livre para o australiano Duncan Armstrong, zebríssima para a prova. Entretanto, achava Biondi um dos melhores nadadores de todos os tempos, talvez até maior que Spitz, em considerando as diferentes épocas.

E, então, veio Pequim. E Phelps devolve a derrota por um centésimo, na mesma prova, na sua sétima medalha de ouro. E dizem que coincidência não existe...

ps. E o Cesão? Além de tudo, fica a dois centésimos do recorde mundial. Impressionante.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Flagrantes


Estacionamento proibido em frente ao meu prédio.



Fila tripla, na esquina da minha casa.

E o grand finale:

A fila quádrupla.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Por que torço por Phelps

Ele é americano, logo, normalmente recebe minha antipatia gratuita. Nada as principais provas de dois dos nadadores brasileiros. E é franco favorito para tudo o que entra, portanto os adversários receberiam as minhas atenções em condições normais. Mas a questão é que torço para Phelps na sua tentativa de chegar aos oito ouros.

O principal motivo é de ordem anti-saudosita: não agüento mais as comparações com Mark Spitz. Sei que começará, agora, as comparações com o próprio Phelps. Isso quer dizer que já começarei a torcer por quem quer que seja que tente quebrar a barreira dos oito ouros - caso Phelps consiga, claro.

Mas Phelps é um garoto que parece do bem. É norte-americano do tipo inofensivo. Diferentemente de Spitz. Minha mãe sempre dizia que, em 1968, o americano chegou afirmando que levaria sete medalhas e entraria para a História. Ganhou duas, apenas em revezamento. Apenas quatro anos depois, de bico fechado, é que levou as douradas.

O nadador de 23 anos é um atleta moldado para ser fora-de-série. Provavelmente, seria finalista de qualquer prova que disputasse. Concorreria a medalhas em 75% delas. Mas o mais impressionante, na minha humilde opinião, é que, além de ganhar as provas, Phelps está batendo todos os recordes mundiais. Exatamente o que Spitz fez em 1972.

Porque ganhar sete medalhas de ouro pode ser sorte. Uma safra ruim poderia deixar um sujeito "apenas" acima da média com essas medalhas. Lembre de 1996 e os seus tempos ridículos - com a exceção honrosa dos 100 m livre. Mas, ao bater os recordes, Phelps e Spitz mostram que são o que melhor se produziu até aquele momento na natação. E, como disse Kobe Bryant, eu gosto de presenciar os melhores,

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Recorde (para sempre)

Você tem a responsabilidade de fechar um revezamento. O revezamento é o 4x100 m livre. Sua equipe é os EUA, que não ganham tal prova desde 1996. Você é considerado um amarelão por jornalistas de seu país. O seu rival direto é o francês que até dois minutos atrás era o recordista da prova. Ele está em vantagem de um corpo.

Jason Lezak, não sabendo que era impossível, foi lá e cravou 46'06. O resto é história.

ps. Phelps, correndo atrás das suas medalhas, agradece.
ps. 2 Cesão terá um problemão no 100 m livre. Vários caras nadaram abaixo de 48'.

sábado, 2 de agosto de 2008

Editora

Tudo bem que eu não tenho leitores, mas não custa nada fazer uma propaganda a mais na rede. Será como aquelas placas publicitárias que ficam em postos de gasolina a beira da estrada no meio do deserto. Geralmente servem como referência para um viajante perdido. Por isso, cabe dizer que os meus camaradas da Multifoco lançaram há mais de meses um espaço que chamam de cultural - eu apelido de vital.

Onde, além de montarem o escritório, tem um café-que-se-transforma-em-bar com cervejas, que fogem dos clichês - como um Erdinger ou uma Paulaner -, um segundo andar onde se faz festa, como a Curinga (Leia sobre aqui, escute o que toca aqui e cadastre-se para descontos aqui), também de amigos, e, o mais importante, um ponto de venda dos livros.

Assim, quem quiser folhear, além de comprar, pode ir à Avenida Mem de Sá 126, na Lapa.

ps. Dia 8 próximo, também conhecido como sexta que vem, outra festa Curinga, comandada por Alexandre, Paulo e Bamba, rola no mesmo bat-lugar.