Ele é americano, logo, normalmente recebe minha antipatia gratuita. Nada as principais provas de dois dos nadadores brasileiros. E é franco favorito para tudo o que entra, portanto os adversários receberiam as minhas atenções em condições normais. Mas a questão é que torço para Phelps na sua tentativa de chegar aos oito ouros.
O principal motivo é de ordem anti-saudosita: não agüento mais as comparações com Mark Spitz. Sei que começará, agora, as comparações com o próprio Phelps. Isso quer dizer que já começarei a torcer por quem quer que seja que tente quebrar a barreira dos oito ouros - caso Phelps consiga, claro.
Mas Phelps é um garoto que parece do bem. É norte-americano do tipo inofensivo. Diferentemente de Spitz. Minha mãe sempre dizia que, em 1968, o americano chegou afirmando que levaria sete medalhas e entraria para a História. Ganhou duas, apenas em revezamento. Apenas quatro anos depois, de bico fechado, é que levou as douradas.
O nadador de 23 anos é um atleta moldado para ser fora-de-série. Provavelmente, seria finalista de qualquer prova que disputasse. Concorreria a medalhas em 75% delas. Mas o mais impressionante, na minha humilde opinião, é que, além de ganhar as provas, Phelps está batendo todos os recordes mundiais. Exatamente o que Spitz fez em 1972.
Porque ganhar sete medalhas de ouro pode ser sorte. Uma safra ruim poderia deixar um sujeito "apenas" acima da média com essas medalhas. Lembre de 1996 e os seus tempos ridículos - com a exceção honrosa dos 100 m livre. Mas, ao bater os recordes, Phelps e Spitz mostram que são o que melhor se produziu até aquele momento na natação. E, como disse Kobe Bryant, eu gosto de presenciar os melhores,
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