Y quizá el verdadero nombre del hombre, la cifra de su ser, sea el Deseo. Pues ¿qué es la temporalidad de Heidegger o la «otredad» de [Antonio] Machado, qué es ese continuo proyectarse del hombre hacia lo que no es él mismo sino Deseo? Si el hombre es un ser que no es, sino que se está siendo, un ser que nunca acaba de serse, ¿no es un ser de deseos tanto como un deseo de ser?Curioso como Octavio Paz nessa passagem de "El arco y la lira" volta com o conceito de "desejo" para tentar decifrar o homem. "Desejo" que tinha sido colocado de lado por Heidegger ao avaliar Nietzsche, no famoso texto "A palavra de Nietzsche: 'Deus está morto'" - se interpretarmos de maneira muito ampla o que quer dizer "desejo" e diminuirmos o escopo do que é / seria a "Vontade de potência" de Nietzsche.
Paz continua, e talvez dê mais dicas de como ele está pensando mais próximo de Nietzsche do que imaginamos, quando sugere uma vida mais "estética", no lugar de "ética" [aqui como trocadilho no sentido de moral]:
En el encuentro amoroso, en la imagen poética y en la teofanía se conjugan sed y satisfacción: somos simultáneamente fruto y boca, en unidad indivisible . El hombre, dicen los modernos, es temporalidad. Mas esa temporalidad quiere aquietarse, saciarse, contemplarse a sí misma. Mana para satisfacerse. El hombre se imagina; y al imaginarse, se revela. ¿Qué es lo que nos revela la poesía?Um dos aspectos mais interessante - ou que me chamou mais a atenção porque me vi muito refletido, e que nessas passagens citadas aí apenas são indicadas - é a tentativa de mostrar como não haveria apenas uma dualidade para se explicar o homem, no caso como ele mesmo diz, o ser e não ser, mas que o homem seria a relação do "entre" esses dois polos, ditados pelo ritmo [é sempre muito bom quando você vê que não é original], indo de um lado a outro, sem muita previsibilidade.
Daí, talvez, podemos pensar que o ritmo seria criado pelo desejo, que nos leva a ser outro a cada instante, mesmo que continuemos o mesmo. E, dessa forma, o desejo e a vontade sairiam de dentro do homem, tirando o poder antropocêntrico, e entrariam numa região, novamente, do entre, em que tais conceitos se confundiriam com o devir. Em suma: somos sendo como podemos e desejamos.
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