Balança, balança e não sai do lançar
Planeja, planeja e nunca cai ao mar
Se joga, se joga sem qualquer descansar
Faz rima, faz rima, que sempre ficam no ar.
Movimentos em círculos concentrados
Rodam sem aviso prévio ou férias
Voando aos extremos desmeridionados
Sem passagem pelos trópicos maismolentes
Fixos no congelamento das certezas fundadoras
Se arrepiam ante o ponto de questão
Apregoam o cinema da década de 1930
Suas metáforas que sustentam a discussão.
Se desconfiassem que flutuamos sobre um abismo
O nada, único e somente, ancora
O fim, próprio, autêntico, compartilhável
Mas ninguém sabe onde fica o retorno!
Se a marca da dúvida fechasse as frases
O chão de geléia irreal nos assegura
O céu róseo de outono como desafio
Mas o horizonte com significados mutantes!
De quem faço esse retrato?
Enxergo o lago de Narciso
As lentes são caixa de lápis
Meu mundo / minha alma / meu mundo / minha alma
Carrossel sem circunferência exata
Plano de voo desconstruído às pressas
Movimentos pendulares foucaultianos
Sou a cada momento o momento que acaso sou
Transito sem responder a questão
Desdigo o que dois e dois são
Evito tentativas de afirmar o não
Construo com passos lentos um caminhão
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