quinta-feira, 27 de julho de 2023

Mas o que diabos é o niilismo?

Está sofrendo de falta de perspectiva de vida? Não sabe bem o que é o certo e o errado? Acha que o mundo perdeu seus valores? Cuidado, você pode estar sofrendo de... niilismo.


Brincadeiras à parte, o niilismo foi visto – dentro e fora da universidade – como uma sensação generalizada da falta de um sentido que fosse compartilhado por todes ao mesmo tempo. Durante muito, muito tempo, essa função coube ao Deus cristão nessa parte do mundo ocidentalizada. Mas, com o fortalecimento da confiança na Ciência, com o relativo aperfeiçoamento de formas mais democráticas de organizar politicamente a sociedade, com a libertação de certos tabus de como poderíamos viver nossos desejos, a “hipótese Deus”, como escreveu Nietzsche, caiu por terra. E isso aconteceu “ontem”, no século XIX.

Sem esse parâmetro em comum, que servia como primeira e última instância a quem recorrer, muita gente caiu em desespero. Sabe aquela frase “se Deus não existe, tudo é possível”, que o pessoal jura que está em “Os irmãos Karamazov” (spoiler: não está)? Pois então: tal frase foi vista como a representação de um liberou geral, uma permissão para as pessoas saírem nas ruas se matando sem qualquer coibição (geralmente, é um certo tipo de pessoa a acreditar nisso: a que gosta de segurança e diz que o mundo está cada vez mais em perigo). 

Outros tipos de pessoas viram nessa falta de um sentido compartilhado uma oportunidade de recriar os valores que dominam nossa sociedade em todos os seus aspectos. Ou seja, viram nesse niilismo uma libertação, uma possibilidade de um novo começo. O problema é que, sem um juiz divino, quem decide o que é o certo e o errado? Pensa como é difícil conversar com um sujeito que pertence a um espectro político diferente do seu e você vai entender bem o que estou dizendo.

Por esses e outros motivos, vejo o niilismo como um assunto extremamente atual. Um tema que faz refletir sobre como a construção de valores em comum é essencial para se viver em sociedade. E que essa tarefa não é das mais fáceis.

Para saber mais sobre o tema – e, quem sabe, pensar em formas melhores de se viver em sociedade –, inscreva-se no curso: https://is.gd/NietzscheNiilismo

E semana que vem há a Aula Zero do curso aqui.

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