quinta-feira, 18 de julho de 2002

existem certas situações, certas pessoas, certos livros, certos filmes, certos diálogos, certas imagens que mudam o jeito de alguém. seja através de um conforto, porque ela pensa que não está mais sozinha, seja através da abertura de novas percepções, seja pelo conhecimento único e simples, seja pela vivência, seja pelo fato de obrigá-la a pensar. por qualquer motivo, é dessa forma que criamos a casca que nos envolve e que muitos chamam amadurescimento. fato isto é.

ontem fui para a casa da minha irmã, visitá-la, a minha minha mãe, o meu sobrinho de quatro anos e meu cunhado. crianças são iguais em todos os lugares. e eu não gosto do modo que vivem ou agem, o que não impede de entendê-las, ou não entendê-las, que melhor se aplica, mas pelo menos, saber que não devo me preocupar em entendê-la.

o incrível que me parece é a forma como tentam criar - educar ou qualquer um desses termos - esses pequenos.

se eu não me engano, foi na idade média que foi "descoberto" a infância. Algumas pessoas viram que as crianças não eram pequenos adultos e não deveriam ter as mesmas responsabilidades que os crescidos.

o que acontece, ainda hoje, por mais que haja um tratamento diferenciado entre as crianças e os adultos, que os pequenos freqüentem jardins de infância com outros pequenos, que não os obriguem a trabalhar e tal e coisa, os maiores esperam reações parecidas as deles, de anos calejados e com as asas cortadas. querem que eles não baguncem a casa. querem que eles não façam barulho. querem que eles falem baixo. querem que eles sejam mini-adultinhos respondendo tudo aquilo que esperam. se não fizerem, os chamam de bobos ou, pasmem, infantis.

crianças são irresponsáveis, e isso talvez seja a maior benção que podem ter. todas as vezes que um adulto pede para ela se comportar, mata o pequeno um pouco. todas as vezes que pedem para ele não brincar, tira a vontade da criança em ser criança.

mas para que eu estou escrevendo isso?

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