sábado, 22 de novembro de 2003

olho em minha volta e só vislumbro uma mar calmo e plácido e azul onde os companheiros de meus pés são peixes coloridos e pacíficos e a única coisa que penso é que gostaria de estar numa festa de rock, escutando os impropérios de mister franck black, como os personagens de winterbottom que presenciaram o show de sid vicious e cia. e mudaram suas vidas com pulos ritmados. Acho que quero estar numa festa de rock agora e talvez não queira daqui a dois minutos como não queria, certamente, há algumas décadas atrás. talvez só queira mudar um pouco os ares, sair desse calmo e correto de dentro das expectativas, da projeção do homem de bermudas brancas passeando com o seu cão labrador pelos bosques do flamengo num domingo ensolarado. só quero estar numa festa de rock para poder respirar um pouco o ar de novidade - mesmo que as novidades estejam revestidas numa capa de vinte e poucos anos até - só quero para sentir a energia gritar pelos poros até não poder mais. Só quero para me sentir vivo, como carne e sangue, como algo que não se demonstra previsível, só para depois ter saudade da normalidade e do meu cotidiano comum e extremamente chato e enfadonho. só quero para enxergar a podridão e sentir o cheiro do sujo e chafurdar como num home sweet 'lone.

queria saber se um dia iria parar de me preocupar e me citar nessas linhas. queria saber se um dia vou me encontrar aqui e não outrem. queria saber se eu existo ou se é apenas a projeção de um mundo que sempre me chama de volta para sua vivência.

outro dia acabo com isso. o mundo comum toca a campainha.

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