segunda-feira, 30 de maio de 2005

A queda e a revolta

O JN deu a matéria no sábado, o Fantástico no domingo, o Nomínimo, segunda. É claro que discriminação é repugnante. É óbvio que os skinheads, quando raspam a cabeça, levam um pedaço do cérebro junto. Isso está fora de qualquer tipo de discussão.

Agora, dois pontos me arqueiam o sobrolho.

Primeiro - ontem rolou a parada gay em São Paulo. Junto a isso a tal da Revista eletrônica semanal fez uma matéria sobre o medo dos heteros de serem tidos como homossexuais. Não se discute que esse tipo de comportamente é DEVERAS mais brando que o apresentado em outras eras.

Peguemos, porém, a classe-média-alta brasileira para vermos que a discriminação continua EXTREMAMENTE próxima. Pergunte a qualquer um de seus amigos se eles ficariam contentes em ter um filho gay. A resposta é (quase) unânime. Só esse exemplo para ficarmos no preconceito mais facilmente identificável. Nem falemos sobre o PAVOR dos mesmos em pensar que suas filhas podem se casar com negros ou dos dito-cujos estarem PRÓXIMOS a pobres em eventos sociais. Isso deveria assustar MUITO mais. E dar MAIS matérias.

Segundo - Todas as reportagens foram unânimes em mostrar como o governo brasileiro (e também o gaúcho) se portou rapidamente e tirou do ar os sites hospedados em provedores tupiniquins (e prenderam os agressores dos judeus). Dizem que é contra lei propagar conteúdo racista (além de exploração de menores). OK, mais que justo. Ninguém fica assustado com essa atitude IMPERATIVA porque ela se justifica para a ENORME maioria das pessoas.

Entretanto, não se pode FALAR em conselho de ÉTICA que os órgãos da imprensa vêm a público gritando CENSURA. O limite é tênue, quem irá gerir esse conselho, quais são os critérios, limites, o que deve ser aprovado, etc. Contudo, se houvesse uma forma de termos um bom-senso institucionalizado, creio que estaríamos mais protegidos de uma TV (e seus congêneres) tão baixo nível. Mas isso é utopia ou preconceito meu contra os péssimos programas ou estou sendo politicamente correto - que é a falsidade da discriminação.

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