terça-feira, 9 de agosto de 2005

Paráfrases

O complicado, no caso, é selecionar um trecho para exemplificar, já que ele é todo amarrado e representa diferentes pontos-de-vistas meus sobre o novaiorquino-mor. Vou copiá-lo salteado:

"Muita coisa se passou na vida de Woody Allen nos últimos anos (...). As implicações bergmanianas cederam então a um olhar que não tenta mais problematizar os enigmas da vida, mas sim desfrutá-los em todos os seus absurdos."
(...)
"("Anything else") É também sobre intervir nas coisas, como defende o escritor sessentão David Dobel (Allen), que nada mais é que o próprio Allen após ter aprendido a lição que sua jovem namoradinha lhe deu ao final de "Manhattan" (1979). Seu personagem, quarentão, ouvia que era impossível termos controle e certeza sobre tudo."
(...)
"A cultura não tenta agora explicar o mundo, e sim preservar a discussão das coisas, o pensamento"
(...)
"É um filme, também, de encontro entre dois tempos. Entre o Allen maturado, vulgo Dobel, e o jovem escritor Jerry Falk (Jason Biggs), seu pupilo e que ainda tenta entender o mundo como o turrão de "Manhattan". "
"Ainda que a vida aqui mantenha voláteis nossos amores e certezas, quase como num suspense, "Igual a Tudo na Vida" não é um filme distópico. Pelo contrário, é um encontro com a vida, como nos diz a bela citação que Dobel faz de Tennessee Williams: o oposto da morte é o desejo."

Paulo Santos Lima, para a Folha Ilustrada

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