A minha primeira reação ao saber que Bergman havia morrido foi parecida com a do Calil ("De tanto repetirmos que certos artistas são imortais, acabamos por acreditar"). A segunda foi mais estranha. Fiquei triste, como se fosse com a morte de um sujeito próximo. Mesmo que eu lide bem com a morte, fiquei para baixo, de luto mesmo.
Percebi que todos os caras que admiro e que ainda estão vivos vão morrer antes de mim. Se a "ordem natural das coisas" acontecer, vou acompanhar o enterro, sem ordem, de Woody Allen, do Veríssimo, do Chico Buarque. Vou passar novamente por esse sentimento de perda.
Bergman, que tinha uma fixação pela morte e pela psicologia, me fez sentir uma espécie de vazio com a sua própria. Uma justa homenagem inconsciente.
Um comentário:
eu fiquei triste, mais pelo mundo do que por ele.
acho que ele deve ter morrido feliz, com a sensação de dever cumprido. "fiz algo pela humanidade".
pior é morrer sem ter feito porra nenhuma. isso sim, deve ser triste.
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