É inegável a minha empolgação com Barack Hussein Obama, na corrida pela presidência americana. Claro que isso não vai me afetar em nada, diretamente. Mas, saber que um sujeito filho de queniano, negro, que estudou numa escola de muçulmanos, ex-morador da Indonésia, que já admitiu ter usado drogas, que tem 90% das contribuições de campanha de eleitores que deram US$ 100, pode ser o presidente dos EUA é muito inusitado para me deixar inerte. O que demonstra que, em termos de igualdade entre os diferentes, estamos ainda muito atrás deles.
A questão é outra. Já ouvi dizer que, por causa das prévias, os americanos demonstram que o sistema de escolha de candidatos é muito mais democrático que o nosso. Bem, isso é inegável. No Brasil, os partidos são chefiados por caciques desde Pedro Álvares Cabral. A negação fica ao quererem generalizar a questão da democracia.
Se disserem que os EUA são o país mais democrático do mundo, desconfie. Não é porque eles tiveram líderes respeitáveis - Lincoln, Washington, Franklin D. Roosevelt, até o Kennedy, por que não? - que eles podem se gabar por completo. A primeira eleição de Bush filho está aí para nos lembrar que o sujeito subiu ao poder tendo menos votos que o adversário, Al Gore.
Obviamente o sistema de correção de votos, nos EUA, funciona principalmente porque o sufrágio é universal, mas não obrigatório. Eles optam por compensar a importância dos estados, sem que o Iowa tenha mais importância que a Flórida, por exemplo. Mas, na minha cabeça de ignorante, democracia é o poder do povo, e se o povo não quis opinar, estava aceitando qualquer coisa. Quem ganhou, deveria levar o trono. O resultado, todo mundo sabe.
Portanto, americanos, votem no Obama. E mostrem que são democratas, ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário