quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Personagens de Quentin Tarantino
Mas nunca fui bom dançarino.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Estilo e sentido
Por isso, o meu interesse pela filosofia. Ou por gente como Camus e Kafka. Eles entregam o que pensam na primeira linha. No restante, eles arrodeiam o assunto principal, e você vai matutando, mastigando essas informações de maneira melhor, observa os exemplos dados, e compreende toda a ideia.
Por isso, gosto da estrutura do conto tradicional, principalmente a idealizada pelo Piglia em suas teses. Há, sempre, duas histórias, a óbvia e a subentendida. Imagina qual é a que me interesso?
Não quer dizer que desgoste da literatura, não. Mas quero ter uma epifania ao ler um relato, não quero ler sobre a epifania do personagem.
Por isso, acho que "Crime e castigo" é melhor contado que lido - porque a tese defendida pelo Dostoievski é melhor que o seu estilo, na minha humilíssima opinião.
Era isso que queria deixar registrado.
sábado, 3 de outubro de 2009
Links
Claro efeito da eleição de ontem, claro.
Fiquei feliz, muito feliz, e orgulhoso.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Moderno x Posmoderno
Para pensar - e ler - depois.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O fim da modernidade
Daqui.
Vejam Cormac McCarthy, que por anos parecia ser o mais velho modernista vivo em cativeiro, mas que inaugurou sua fase madura com um romance sobre um serial killer e o seguiu com uma obra de ficção científica apocalíptica. Vejam Thomas Pynchon – em “Inherent vice”, ele trocou suas pesadas acrobacias verbais de sempre pela estrutura mais manejável de um romance de detetive hard boiled.
Lev Grossman, crítico literário da revista “Time”, no blog do Sérgio Rodrigues.
"Minha vida nos palcos acabou. Acabou porque eu determinei que os tempos de hoje não refletem teatro e vice-versa. Também não estou a fim de criar o iTheatro, assim como o iPhone ou o iPod. A miniatura e o “self satistaction” cabem muito bem na decadência criativa de hoje."
Gerald Thomas em seu blog.
Para ser desenvolvido adiante.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Projeto literário-experimental-internético
Envio esse email apenas para avisar que está em curso um novo projeto literário experimental internético. O site é esse: http://www.autoassassinato.
Vocês foram escolhidos para receber em primeira-mão e de uma vez só todo o conteúdo. Mas só vai receber quem quiser. Para isso, me mande um email dizendo que você quer receber e eu terei o prazer de enviar.
No site, vocês vão ver, há, além de outras partes, uma destinada às opiniões de quem já leu o livro. Quem quiser, após ler a obra, pode escrever lá. As melhores opiniões vão para um eventual livro físico.
Enfim, qualquer dúvida, vocês têm o meu email. O endereço do site novamente, para ficar guardado entre os favoritos: http://www.autoassassinato.
sábado, 22 de agosto de 2009
Mudo
- Há uma conta em aberto aqui no nome do senhor de R$ 3,90 há 15 dias.
Foi isso que a atendente da Oi me informou como motivo de eu ter ficado sem telefone hoje. Uma conta em atraso de 15 dias no valor de R$ 3,90. Detalhe 1) eu não recebi essa conta. Detalhe 2) se eu tivesse recebido, teria pago, já que as minhas contas todas estão no débito automático. Detalhe 3) Eu vou cancelar a minha conta amanhã.
Antes de começar a escrever este post, pensei que deveria fazer algo engraçado, para se transformar em um viral, como aquele vídeo da United. Mas não prossegui porque lembrei que há um mês mais ou menos cancelamos o serviço da Velox (a.k.a. internet da Oi) simplesmente porque estávamos há 20 dias sem internet e nenhuma informação nos era dada, além de terem marcado inúmeras visitas, que não foram cumpridas.
Então, dessa vez, vou usar esse espaço, ao menos, para desabafar. Não acredito que nada vá acontecer, mas ao menos vou me sentir mais leve. A minha intenção é propagar a maneira como a Oi trata os seus clientes: com descaso. Pior: com completa irresponsabilidade. Pior: com má fé.
Que empresa corta o serviço dos seus clientes - aqueles pelos quais ela sobrevive - porque eles não pagaram uma fatura inexistente? Justiça seja feita: eles me mandaram um SMS há uma semana me informando dessa cobrança. Mas a última frase me tranquilizava. Dizia que se essa conta já tivesse sido paga, eu deveria ignorar. Foi o que eu fiz. A conta que eu tenho em casa mostra o pagamento por débito automático.
Agora, me digam: que empresa não é capaz de perceber que há algo de errado numa conta não-paga de R$ 3,90 (se houvesse), num consumidor que tem contas por volta de R$ 200?
Qual deve ser o humor de uma pessoa sabendo que não tem nada de errado e ainda assim sofre as consequências da má ingerência de uma empresa de péssima qualidade?
Eu costumava me orgulhar de nunca ter sido vítima de violência no Rio de Janeiro - uma das poucas pessoas que conheço. Mas agora, não posso mais me gabar disso. Fui roubado e humilhado. Oi, Adeus.
ps. É ou não é uma espécie de monopólio só ter empresas de telecomunicações de péssima qualidade?
domingo, 9 de agosto de 2009
O último dia sob o céu azul do inverno carioca
O céu estava aquele azul dos maravilhosos dias de inverno. Só o Rio é capaz disso. Proporcionar o melhor período do ano nos seus dias mais frios, ou melhor dizendo, nos menos quentes. Que me perdoem os que gostam do verão, o Rio no inverno é imbatível. Em seus melhores dias, como o sábado, a temperatura é agradabilíssima, de convidar qualquer ruivo a uma ida à praia, sem medo de morrer de insolação.
Por isso, resolvemos dar um passeio. Não à praia, porque a mais palatável fica a um ônibus de distância. Preferimos caminhar até o Aterro, onde a grama e as árvores frondosas sugerem uma leitura despretensiosa com metade do corpo na sombra e a outra no sol. Onde podemos controlar a temperatura como um carburador fazia com os carros antigos.
Caminhamos vagarosamente, observando as diferentes distâncias e molduras em que o Pão de Açúcar se apresenta: primeiro de lado, no início da Praia de Botafogo; depois, de frente, como continuação da baía; em seguida, imenso, na ponta da enseada, em que o fundo é apenas céu, assim como no Taj Mahal.
Chegamos à parte da grama e árvores e a questão se transformou em qual lugar deitar. Depois de uns entreveros, decidimos por uma árvore de onde poderíamos ver a praia do Flamengo e as pessoas caminhando para lá e para cá, além de uma pelada típica da área. Mas, à distância, vimos uma cena inusitada. Ou surpreendente, para nós.
Um cão, um poodle toy branco, com coleira azul, com uns dez centímetros de língua para fora, estava sozinho, visivelmente cansado. Começamos a observá-lo sem saber muito bem o que fazíamos. Nos aproximamos com cuidado, com medo de ele ser um desses animais neuróticos de madames nervosas.
Sabíamos que o cachorro tinha dono, pelo menos a coleira denunciava isso. Imaginamos que poderia ser qualquer pessoa no raio da nossa visão. Havia um garoto sentado, sozinho, perto da praia. É dele, pensamos. Mas não era. Pensamos, em seguida, que o cachorro tinha se perdido. Aproveitado a folga que o seu dono tinha lhe dado, de liberar a correia para correr e, quando deu por si, estava sozinho. Mas ele não parecia um cachorro com qualquer energia. Se locomovia com extrema dificuldade, meio corcunda - se é que um cachorro pode ser corcunda. Ao chegarmos bem perto, ele andou, aos saltos, vagaroso, para uma outra árvore.
Decidimos comprar uma água para ele. Como não tínhamos uma travessa, usamos um copo de plástico. A princípio, ele evitou aceitar a nossa água, mas, quando nos afastamos, ele a “matou” em poucos segundos.
Achamos curioso. Ele não se movia. Não fazia nada. Ficava parado, quieto, cansado. Era um cão velho, dava para ver. Voltamos para a nossa árvore para deixá-lo à vontade. Ele decidiu caminhar, do seu jeito quase se arrastando, para o lado do futebol. Ficamos a observar o pequenino cão que deveria ter pouco mais de
Tropegamente, ele tropeçava em cada passo. Até que, para descer um degrau quase imperceptível de pequeno, ele caiu. Caiu e não se levantou. Ficamos assustados. Corremos para ver o que era e vimos que ele não conseguia se movimentar. Em seguida, finalmente apareceu um homem se dizendo o dono do cachorro.
Com pouco cuidado, o dono carregou o bicho para perto da gente, da nossa árvore e nos explicou que o cachorro era um velho, de 16 anos, que costumava acompanhá-lo nas suas caminhadas pelo Aterro. Agora, ele mal conseguia ficar
Nos aproximamos para dar mais água para o cachorro que, sem pestanejar, aceitou novamente. Um animalzinho daquele tamanho acabou com 500 ml de água em menos de meia hora. Limpamos um pouco o seu pêlo, fizemos carinho. E tivemos a sensação de que este era o seu último dia.
Um sentimento de sublimidade me envolveu. O absurdo da morte estava à minha frente. Era o momento final de um ser vivo. Algo que andava, tinha certa liberdade, tomava algumas decisões, que era complexo, enfim. Era o seu último dia sobre a terra, junto com os vivos, do jeito que o conhecemos e do jeito que é possível ser. Quando publicarmos isso, esse texto, quando alguém o ler, ele não deve mais existir. Estará extinto, finito.
O cachorro, com dignidade, permanecia
Durante todo o tempo em que estivemos juntos, ele não latiu nenhuma vez. Talvez não tivesse mais forças, talvez não tivesse mais vontade, sabendo que o seu tempo era pouco e não podia mais gastar a energia que lhe sobrava.
De certa forma me senti um privilegiado por presenciar um momento dessa natureza. Uma vez vi uma senhora, em torno dos 70 anos, morrendo. Ela morreu ao me ver, ao me olhar, como se eu fosse uma espécie de representação da Morte, aquela senhora que chega a todos, dias mais ou dias menos. Mas, se nessa ocasião eu cumpria uma função ativa, com o cachorro, era apenas um observador, uma testemunha do momento final, dos instantes definitivos.
Logo depois, o dono o carregou – novamente pela correia – e se despediu da gente, agradecendo por termos tomado conta do seu cachorro. Não precisava agradecer. Foi um orgulho conhecer o seu cãozinho.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Em breve
Enquanto isso, leia a segunda edição de "A primeira pessoa".
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Dono da bola
O Frederico não quer ver as coisas belas, e até duvida que elas existam. Diz que a arte mais arte é aquela que admite as coisas que seriam boas e as coisas ditas más do homem. A tragédia, portanto. Mostra o pior do ser humano - e também o melhor.
Qualquer discussão depois dele, ou de gente antes dele - como o Emanuel, que acredita no belo e no sublime - fica boba. Parece que estamos sendo enganados, não queremos ver a verdade.
Entretanto, foi o maior humanista que já passou por essas bandas. Admitia o homem como ele é.
sábado, 20 de junho de 2009
Música de uma geração
Estava indo embora de Londres, depois de 32 dias viajando, entre Índia e a capital do Reino Unido, cansado, com malas pesadas, quando, lendo o jornalzinho do metrô - que se autoproclama o de maior tiragem da cidade - dei de cara com a seção de música. Pensei em lê-la porque a Inglaterra é famosa por suas novidades. Imagina se eu conhecesse algo ótimo que eu não tivesse a ideia da existência?
Foi o que aconteceu, em parte. Sim, havia uma novidade, a dica em destaque do jornal, inclusive, mas não, eu não desconhecia o cantor em questão. Já tinha lido uma matéria sobre ele há tempos, mas como o personagem principal de uma outra história.
Além da sua história pessoal ser de muito interesse para mim, por diversos motivos, já tinha ficado, na época da reportagem, curioso em conhecer a música de Yoñlu, conhecido pelos pais como Vinícius Gageiro Marques.
Uma das primeiras coisas que fiz ao chegar em casa foi escutá-la. Estou impressionado desde então. É voz-e-violão, na maioria das vezes, mas sempre utilizando elementos para criar sobre essa estrutura. Ele usa samplers de discursos famosos e outros completamente desconhecidos, batidas eletrônicas, teclados, modifica a sua voz para dar tons cavernosos... Esses argumentos acumulados não devem, pelos menos não deveriam, convencer ninguém a escutá-lo.
O que me interessou, mesmo, foi... Eu escuto a música e me sinto dentro do quarto do menino de 16 anos, não um quarto real, mas um quarto metafórico, que tem mais a ver com a cabeça do garoto que qualquer outro lugar. Sinto os seus objetos pessoais me circundarem, levitando, vejo o rapaz com o violão gravando cada uma das músicas, sozinho, apenas com o auxílio do computador. Sua música cria imagens fantasmagóricas na minha cabeça. E é tudo tão triste, tão triste...
Yoñlu faz parte de um grupo de artistas, de pessoas, que escolheu interromper a vida. Não podemos nunca recriminá-lo. Essa decisão não é diferente da oposta - continuar vivendo. Mas dessa forma, ele consegue fazer o álbum definitivo, talvez de sua geração. O disco que vai ser o marco e que será lembrado - espero - no futuro como o representante do nosso tempo.
domingo, 14 de junho de 2009
Tributo a Jorge Luis
ps. só não dá para aturar o Othon Bastos descaradamente lendo os textos para a interpretação.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Ainda o Frederico
Partindo de um conceito do Tio Schop (daí o termo "vontade", original do famoso "o mundo como vontade e representação"), Frederico diz que vivemos sempre em uma conflito de forças, poderes, potências, em que há uma hierarquia, i.e., um(a) é mais forte que outro(a).
Ele diz que isso, esse conflito, é salutar para a produção da arte. Cool.
Estar em equilíbrio, portanto, segundo a minha conclusão própria, é uma espécie de utopia. Porém custa nada continuar tentando. Mas Fred sugere que quem se acostuma com as molezinhas, com as faltas de dificuldades, não produz nada.
Por isso, de tempos em tempos, é necessário dar uma sacodidela, levantar a poeira, e dar a volta por cima. É o que fiz. procurei o desconforto, para me acostumar a novas situações.
sábado, 11 de abril de 2009
Um pouco de Nietzsche
Dor
profundamente
transformador
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Transposição
Primeiro porque a peça me mostrou outro Mersault (o protagonista). Lido numa época bem triste na minha vida, ele me refletia nas palavras. Era um sujeito deprimido, que nada o tiraria da inércia. Era anódino, anestesiado com o mundo. Meu gosto foi por sentir que havia outro de mim no mundo, sentir que havia um igual, que não estava sozinho e que outra pessoa já tinha passado pelo que eu passava – e sobrevivera para contar.
Já o do Guilherme Leme é um homem que a expressão “tanto faz” recorre como uma vírgula. Ele percebe a falta de propósito de todas as coisas que o cercam e decide ser feliz com as pequenas coisas, tendo consciência das parcas escolhas que pode ter.
A famosa primeira frase: “Não sei se a minha mãe morreu hoje, ou ontem”, para mim, ao lê-la, era dita aos sussurros, sem força como por um sonâmbulo. Na peça, Guilherme Leme diz rápido, alto, para mostrar que isso não importa. Qual é a diferença de ela ter morrido hoje ou ontem?
Na versão do teatro, Mersault é exatamente o “homem revoltado” que Camus exemplificou no seu ensaio “Mito de Sísifo”. O homem que, diante das agruras diárias, de todo o sofrimento cotidiano, não se desespera e se suicida (o único problema filosófico para Camus). Ele não se faz de coitado e admite a parcela de responsabilidade por aquilo que ele se tornou.
Para mim, era um homem que acumulava angústias e explodiu um dia, sem saber muito bem por quê. Para a peça, é um homem que matou outro por causa do sol, do calor, do amigo. Tanto faz.
Portanto acertei quando profetizei que a peça não se aproximaria da minha imaginação, já que ela apontou outros caminhos e interpretações para o mesmo texto, até mais próximos, provavelmente, do original pensado por Camus. E não, não foi uma péssima ideia.
sábado, 4 de abril de 2009
Crônica filosófica
Se um intelectual alemão que viveu à época do livro achou complicado, imagine o simples mortal como esse aqui que escreve.
A notícia média: o professor só passou poucas páginas do livro.
A boa notícia: li o prólogo do prefácio da apresentação das notas, que não é escrito pelo próprio Kant. Quatro páginas e meia, uma hora e meia. E entendi.
ps. Só de prólogos, prefácios, apresentações e notas, são 55 páginas de A4. O restante do livro totaliza 250, mais ou menos.
pps. Se você gostou desse texto, vai gostar também desses: O mundo como fantasia ou 'O show de Truman', o destino, as identidades e outras pseudices.
domingo, 29 de março de 2009
Co-incidências históricas
Mesmo sem saber, parece que todos já conhecemos a história de Sócrates.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Woody Allen, lagostas e Bernie Madoff
sábado, 21 de março de 2009
Radiohead, Apoteose, 20 de março de 2009
Confesso que chorei. Confesso que pulei, que gritei como se estivesse sozinho, aos 15 anos, no meu quarto. Ao fim do show do Radiohead, na Apoteose, dia 20 de março de 2009, não me sentia feliz e satisfeito, apenas. Me sentia pleno. Como se pudesse ficar ali, apenas digerindo tudo o que eu tinha visto, sem fazer nada pelas próximas horas.
Mesmo que não tenha tocado "aquela música", porque não dá para tocar todas as faixas de sete discos de estúdio, ao fim, sabia que poderia ir para casa. Estava completo, não faltava nada mais. Posso morrer agora.
Desconte o fato de eu ser uma tiete. Dessas que clica em foto do Thom Yorke meditando na praia ou do Ed O'Brien visitando o Afroreggae. Mas a questão é metafísica, foge dos parâmetros normais da razão. Como eu iria saber que meus olhos iriam encher de lágrimas com "Airbag", logo a segunda música? Para mim, aquela guitarra que imita um cello remete ao início de "OK computer", portanto, o começo do regojizo. E, por si só, já um motivo para a contemplação.
Não tinha como prever também que o meu corpo tomaria vida sozinho e começaria a se remexer ao som de "Idioteque" para o espanto da plateia bem comportada que me circundava na arquibancada - aliás um ponto positivo (poder assistir sem precisar levantar a cabeça nem os pés) e um negativo (os seguranças implicando para não se debruçar na grade).
E o que dizer de "Paranoid Android", aquela miniópera pop-contemporânea, provavelmente uma das 20 melhores músicas de todos os tempos do universo rock and roll? Sem uma gota de álcool no sangue (filas quilométricas, preços proibitivos), me senti inebriado. Respondi, como um hipnotizado, às guitarras de O'Brien e Jonny Greenwood, o mago dos inúmeros instrumentos.
Aliás, o Radiohead, esse quinteto de Oxford, parece ter, no mínimo, o dobro de integrantes. Por usar os recursos que a eletrônica lhes permite e recriar versões mais eletrizantes de músicas como "How to disappear completely" ou "Everything in its right place"; ou por mexer com outros instrumentos "mais tradicionais", como um percussão que O'Brien toca em "There there" ou o piano que Yorke toca, por exemplo, em "You and whose army".
Isso sem contar que o momento atual da banda é histórico. "In rainbows" é um orgulho dentro da discografia do grupo. "Faust arp", "All I need" e "Reckoner", sem ordem, devem - no sentido de tem que - figurar nos futuros set lists da banda, mesmo após outros muitos álbuns lançados. (Confira o que tocou.)
É muito difícil (em ambos os sentidos - de ser profundo e de ser raro) ver a maior banda do momento, ou melhor, o maior acontecimento pop do mundo contemporâneo, no auge do seu amadurecimento, quando já consegue mesclar, música sim, música não, simples canções complexas com o peso da guitarra de hits para a arena.
Foi escolhida "Creep" para ser a música para o desenlace. Nada melhor para coroar uma geração que acreditava ser estranha e não pertencer a esse lugar. Mas que se sentiu bastante à vontade na Apoteose ontem.
Fotos: Marcos Hermes / Divulgação
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Estudo para personagem
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
A origem de tudo
Tinha que ser alemão.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Paciência
ou
"Há triunfos que só se obtêm pelo preço da alma, mas a alma é mais preciosa que qualquer triunfo."
Rabindranath Tagore
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
A banda do nosso tempo
O FF também se atualiza sem perder a sonoridade original. Ou seja, ao escutar "What she came for"(a música que toca agora), é o mesmo Alex Kapranos que canta, a energia que sai da caixa de som é a mesma, há guitarras, baixos e baterias, mas, dessa vez, usam mais e melhor os recursos eletrônicos - samplers e sintetizadores.
Mas não é só isso. Eles estão adaptados aos nossos tempos. Além de virar habitué do Brasil, demonstrando que está conectado com a onda mundial de valorização dos países do Bric, eles fizeram uma música que pede uma versão para o Guitar Hero. Que, como se sabe, já paga muita conta de músico em decadência nos EUA. Aliás, já até ouvi - e toquei - "Obstacle 1", de uma outra banda da mesma geração, uma tal de Interpol, no joguinho. Para quem quiser saber, a música se chama: "No you girls".
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Cronologia
Daqui.
"O conceito de vontade deste (Schopenhauer) filósofo diz respeito a algo infinito, uno, indizível, e não a uma vontade finita, individual, ciente. Ela estaria presente no homem, como em toda a natureza."
Daqui.
"Here's the equation: Brahman=Atman=atman. Brahman is the totality of the universe as it is present outside of you;, Atman is the totality of the universe as it is present within you; Brahman is the totality of the world known objectively, Atman is the totality of the world known subjectively."
Daqui.
Ou ainda:
"Vedic philosophy speaks of Mystical Union as being with 'The Atman which is Brahman'."
Daqui.
E também:
"All indeed is this Brahman; He is Atman"
Daqui.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
A crise dos 40
MUITO diferente do "Slumdog millionaire", do Danny Boile, que, apesar de imperfeito, exala teen spirit.
Assim como os vinhos, prefiro envelhecer como o Coppola.