terça-feira, 15 de maio de 2007

Monocórdico

Ultimamente não consigo conversar muito tempo com meus amigos que não acompanham, como eu. Eles falam, falam, falam, e eu não tenho pouco interesse. Para mim, todos os assuntos são desimportantes, com a exceção de um: "Lost". E, claro que quem não estiver no último episódio da série, que passa toda a quarta-feira nos EUA, fica ultrapassado. Culpa das constantes mutações que acontecem de semana para semana na série que nem é a mais vista hoje nos EUA - quem entende os norte-americanos?

Por esses dias, em tudo o que eu leio, procuro uma ligaçã0, ou uma forma de explicar os mistérios da ilha. Se baixo filmes, deixo a quarta-feira livre para começar o download do novo capítulo. Se chega sexta à noite e pinta um convite para sair e beber com uns camaradas, penso que nada vai ser melhor que chegar em casa e assistir a mais 40 minutos das histórias de Jack, Sawyer, Locke, Sayid e os Outros.

Imagino que esse frenesi não seja novo para outras pessoas. Mas, para mim, que nunca tive TV a cabo, jamais acompanhei uma novela (salvo "Que rei sou eu?" e "Vale Tudo"), que acha os produtos americanos enlatados insípidos, é uma surpresa. Lembro vagamente que à época de "Twins Peaks" havia uma exaltação parecida. Gente viciada na série que passava por verdadeiras síndromes de abstinência durante a semana e quebrava a cabeça tentando descobrir o que aconteceu, por qe aconteceu e o que diabo era aquele anãozinho que dançava no cabaré. Coisas de Mr. David Lynch. Como eu não me lembro direito desse período - não estou tão velho assim, vai... - para mim, é tudo novidade.

Curioso que eu tentei experimentar outras drogas americanas. Assisti à primeira temporada inteira de "24 horas" e a uns poucos episódios da segunda; vi todos os episódios do primeiro ano de "Seinfield"; conferi cinco capítulos iniciais da nova febre, "Heroes" e nada. Nada bateu, nenhum funcionou. A única série que dá um pouco de onda foge dos padrões americanófilos - apesar de ser falado em inglês, da Inglaterra: "Roma". Principalmente pelo apanhado histórico, pela uma moral toda própria e pelos personagens mais sacanas / espertos / políticos que já vi na TV.

Com esse meu vício, atitudes em outros tempos impensáveis estão se tornando normais. Comprei uma TV nova, não vou ao cinema há muito tempo, e um dos meus sites preferidos na atualidade é o blog do Carlão, meu camarada.

2 comentários:

Anônimo disse...

tenho muito orgulho de você!

contonocanto disse...

Que isso, Costureira Manca... bjs