sábado, 12 de janeiro de 2008

Interpretação

Nos filmes de até a década de 1950, diz Luis Fernando Veríssimo, quando um casal estava aos amassos e entrava o fade, tudo era subentendido. Sabíamos o que aconteceria dali para frente. Hoje, se o mesmo acontecer, é provável que achemos muito estranho que o casal, depois de ter passado pela fase dos beijos e abraços não chegue aos finalmente.

Isso quer dizer muitas coisas, mas quero abordar outro tema além do gala-fraquismo. Ficamos menos interpretativos, imaginativos, subjetivos e outros ivos nas últimas décadas. Ou seja, se não virmos, pelo menos, umas peças de roupa sendo tiradas, o fato não está comprovado. E deve haver quem só se conforme com as vias de fato, algo como "9 songs" e adjacências. Motivos para essa mudança devem existir aos montes e vejo já quem diz sobre a falta do hábito da leitura e todas as suas conseqüências.

Curiosamente, esse comportamento é positivo para, pelo menos, uma atividade: o jornalismo. Desconfiar é uma das melhores coisas que um sujeito pode fazer na labuta diária de redação.

Só queria dizer isso.

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