sábado, 3 de agosto de 2002

Crônicas...

Nas últimas duas semanas, aconteceram alguns eventos que tiveram muitos fatos que se interligam. Por uma incrível coincidência do destino, claro.

Fui, em ordem cronológica, a um lançamento de uma revista, a “premiere” de um filme e ao evento de divulgação de um site que está começando.

Todos os contatos que me fizeram ir às festas estão na década de 20. Todos terminaram a faculdade (ou estão em vias de) e labutam (ou querem labutar) em algo que não é intimamente ligado ao que foi ensinado em sala-de-aula. Todos (uns mais, outros menos) acreditam no que fazem, ou tem idéia do que querem fazer. E todos (isso com certeza) têm certeza de que não querem repetir as fórmulas já batidas ou conservadoras, chatas e monótonas que nos fazem engolir no dia-a-dia comum.

A revista e o filme foram feitos sem nenhum aparato profissional, com os dois pés no amadorismo. O que não tira, ou não tirou, em nenhum momento o peso das iniciativas.

A revista é uma iniciativa de alunos da UFF em parceria com outros estudantes de outras faculdades que se dizem sérias (leia-se UERJ, UFRJ e PUC) para divulgar informações entre as instituições de ensino superior. A idéia (muito legal) é fazer uma rede de comunicação que interligue os campus, para mostrar, por exemplo, se vai ocorrer um evento cultural na UFF, para entrevistar o novo reitor da UFRJ ou para falar de uma iniciativa de telejornalismo na rede que deu certo na UERJ. Assim nasceu a Intercampi (página na web www.intercampi.com )

O filme é obra de uma oficina de super8 realizada por um grupo de cineastas que adoram o filão alternativo (muito por não terem oportunidade de mostrar os seus trabalhos no sistemão). Eles se reuniram e resolveram divulgar a maneira mais artesanal de fazer cinema, cinema real, com película, luz, fotômetro, projetor, organização, produção, montagem em moviola, edição digital etc. A maneira mais artesanal e mais barata também (apesar do rolo de três minutos custar 100 reais). O próximo passo da galera que organizou essa oficina é fazer uma parecida em 16mm. Mais informações: www.curtaocurta.com.br

O site que fui no lançamento foi montado com toda a expertise de uma ong que se preocupa em defender os direitos e gritar para todos os lados os deveres das mulheres. A ong, chamada Cemina (cuidado ao ler, pois deve ter entonação de palavras proparoxítonas, mesmo sem presença do acento agudo) faz um trabalho de divulgação de informações muito úteis para que as mulheres saibam o que fazer, por exemplo, num caso de violência doméstica. No site, que é uma plataforma na rede para o programa que eles já veiculam há 10 anos na rádio bandeirantes, ainda pode ser encontrado entrevistas com opiniões de mulheres de renome, e outras nem tanto, sobre fatos cotidianos ou sobre situações que chamaram a atenção na semana. E claro, muito mais conteúdo para informar a internauta (e por que não o internauta?) sem esquecer do caráter lúdico que a internet exige. Endereço: www.radiofalamulher.com

O que foi mais interessante, além do fato óbvio de todas as reuniões denotarem um início de uma atitude que (parece) tem tudo para ser desenvolvida e, quem sabe, dar certo, é que nenhum dos responsáveis que me fizeram ir as festas, teve que abrir mão de alguma coisa. Por mais que tenha havido, em algum grau, alguma adaptação a problemas e eventuais imprevistos, todos fizeram algo com o coração. Todos (e isso eu posso assegurar) ralaram muito para colocar o projeto em funcionamento, mas que ao olharem para trás percebem como foi também prazeroso produzir algo. Principalmente algo novo e diferente.

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