terça-feira, 8 de outubro de 2002

estava angustiado, escrevi um emeio para uma amiga e melhorei. a íntegra.

olá menina,
ontem, de noite, quando cheguei da faculdade, recebi o recado que vc havia me ligado. mesmo com poucos recursos, tentei te ligar, mas o telefone insistiu em dar ocupado.

ontem eu voltei à realidade. a semana passada inteira foi uma coisa diferente. fui apenas um dia na faculdade e no trabalho. depois, fiquei na casa da minha irmã brasileira, com ambas. ontem, o que eu senti foi falta de segurança. na casa da minha irmã, tinha comida, cuidado, pessoas ao meu redor que me segurariam caso eu precisasse. voltei para casa e me sinto só. principalmente porque a menina de dezessete me deu um passa-fora e a outra da faculdade decidiu que ficará comigo só por caridade. as duas estão com pessoas ou situações mais interessantes ou então sem tempo.

fico num misto de caridade absurda com incapacidade de fazer bem as pessoas. não quero me convencer disso, mas a idéia de que fico com pessoas por um tempo, mas nunca por um bom tempo não sai da minha cabeça. parece que faço tudo errado e sufoco as meninas. mas não vou cair nessa neura agora.

como sempre, e como era de esperar, nesse exato momento gostaria de estar longe de tudo. e nunca mais voltar para a realidade. a realidade. a real idade. de volta para a ingenuidade. queria ser segurado no colo sentindo um calor do peito das pessoas.

menina, preciso de colo. de um abraço, de um ombro, de um ouvido, de um carinho, de um afago, de um beijo, de olhos fechados.

e por mais que as pessoas dizem que estão aqui para o que der e vier, não acho que seja completamente verdade. ontem tentei conversar, muito superficialmente, com algumas pessoas, eu vi o assunto desviado. nem culpo as pessoas. não devem ficar presos a uma realidade minha.

e então chego as perguntas. o que fazer além de esperar? e para que? me explica para que?

bjs

r

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