Sugar Water, da dupla japa-americana Cibo Matto
Só isso já bastaria para o francês Michel Gondry aparecer nas antologias dos maiores (como chamá-lo? produtor de audio-visual?) artistas de nosso tempo.
O clipe da dupla japonesa radicada em Nova Iorque é, simplesmente, um dos melhores que vi na minha curta existência (eu iria arriscar colocar o melhor, mas eu posso me arrepender disso no futuro. Mas, peralá, para que serve os riscos senão se arrepender depois?), não, é o melhor até hoje feito, na minha humilde opinião.
A idéia, simplista é de execução nem tão simples assim. Ele grava - com duas câmeras, parece - o duo em situações cotidianas, e apresenta, em metades da tela uma com o ritmo normal, início, meio e fim, e a outra exatamente ao contrário. Até aí, tudo normal, dirão alguns. Já vi clipes parecidos como o do Coldplay, por exemplo; O incrível é que elas quase dialogam, e executam quase as mesmas ações nas duas ordens. Ou seja, enquanto uma acorda, a outra faz o mesmo, fingem tomar banho ao mesmo tempo, e assim vai. Até aqui parece um clipe muito bom, o que o coloca na posição de primeiro lugar é que, em certo momento, a menina que está na ordem inversa, cruza com a que está na ordem comum e elas trocam de lado. Explicando, quem estava ao contrário, agora está certo, e vice-versa. Óbvio. Então, percebemos que o clipe inteiro é completamente simétrico, que o ápice, onde elas trocam de lado, ocorre na exata metade das duas narrativas que são paralelas e as mesmas.
É um ótimo prato para teorias - muitas com caráter conspiratório - mas hoje eu não estou com saco. Ele, o clipe, serve apenas como recurso estético e por isso já é o melhor e ponto final.
ps. Tinha visto esse clipe há muito tempo atrás num especial da mtv, no AMP, e não tinha entendido quase nada, mas já sabia que era um clipe fora da normalidade. hoje, o revi numa coletânea denominada "The work of Michel Gondry", em casa, no meu computador, sendo projetado na minha parede. Eu adoro a internet e a tecnologia.
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