Mas há diversas outras dificuldades (antes de se publicar), como o preconceito dos leitores com a literatura brasileira, acostumados que estão com as obras traduzidas, transcritas numa linguagem padronizada, que suprime grande parte do estilo do autor. Daí, quando abrem um Machado, um Graciliano, um João Antônio e se deparam com uma língua diferente a cada autor, se desesperam, não se adaptam e saem pelos salões dizendo que o autor brasileiro não presta, não sabe escrever. Na verdade, é o leitor que não sabe ler. Ignora que existem estilos, formas, estéticas, modelos, variações, procedimentos, e que a língua da tradução é só uma escolha, a mais fiel à gramática talvez, e que os autores vernáculos violam isso de propósito, pois imprimem aos seus livros seu estilo, sua pessoa, pois, afinal de contas, o estilo é o homem, o que o artista é e como vê o mundo. Cada autor brasileiro é uma modalidade nova do português, com a qual o leitor, se competente, deve saber lidar. E devemos seguir o ensinamento de Giacinto Scelci: “Não diminuir o significado do que não se compreende”. "Será?
quinta-feira, 27 de abril de 2006
Linguagem padronizada
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