O desafio na América Latina é simplesmente o de filosofar contra todas as expectativas. Todos os outros problemas são menos graves do que esse, que me parece o fundamental. Já no começo do século XX, muitos países latino-americanos começaram a se perguntar acerca de um filosofar desde a América Latina, e o problema da sua mera existência precedia a todos os problemas de essência: antes de discutir as temáticas e metodologias de um filosofar latino-americano, é preciso perguntar se poderá o pensador latino-americano filosofar.Julio Cabrera, professor argentino de filosofia da UNB. [via.]
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Na filosofia hispano-americana já se colocou em xeque há muitos anos – pelo menos desde os escritos de Leopoldo Zea e Salazar Bondy – a identificação entre o “universal” e o europeu; a Europa situou problemas universais a partir da sua perspectiva histórico-existencial e nós, latino-americanos, deveríamos fazer o que eles fizeram, situar os universais desde nossa perspectiva pensante (que inclui, por exemplo, a conquista, uma experiência que o europeu nunca teve). Desse modo, nos afastaríamos tanto de um nacionalismo hoje impensável quanto de um universalismo abstrato, aquele que impera atualmente na comunidade brasileira.
Estou começando a achar que a minha monografia foi uma bola dentro.
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