Caiu muita coisa do céu no espetáculo de inauguração das Olimpíadas de Londres: as argolas olímpicas incandescentes, várias Mary Poppins — e a rainha, de paraquedas. Está certo, não era a rainha e sim um fac-símile razoável, mas Elizabeth se prestou a participar da encenação e só cedeu seu papel a um dublê na hora do salto, apesar da insistência do príncipe Charles para que ela mesma se atirasse.Tinha me esquecido como Verissimo é engraçado. Na coluna dele, ele levantou uma questão que eu não tinha entendido direito, também. Por que a NHS foi retratada com um ato inteiro na cerimônia?
O jornalista Ian Birrell disse em um artigo do "Evening Standard" [vespertino gratuito que apoia os conservadores] que esse ato [duplo sentindo, por favor] vai impedir qualquer mudança no serviço de saúde do país. Infelizmente, na opinião dele. O ex-escritor dos discursos do atual primeiro-ministro David Cameron lembra em seu texto que o "amado" National Health Service foi instituído pós-segunda guerra "focando na luta contra a mortalidade infantil, doenças infecciosas e acidentes de trabalho", mas que agora precisaria de uma "cirurgia" para os tempos modernos. Birrell ainda afirma que, com a homenagem de Danny Boyle, o organizador da celebração, nenhum governo teria agora coragem para fazer essa reforma, na opinião dele, tão necessária.
Voltando a Verissimo, o nosso escritor afirma que "como medida de austeridade para enfrentar a crise, o governo Cameron está cortando benefícios sociais com um entusiasmo inédito desde os tempos da sra. Thatcher e sua machadinha impiedosa". E arremata, com uma interpretação que faz bastante sentido: "O show das enfermeiras dançantes e das crianças bem tratadas foi para lembrar que o National Health Service é uma instituição inglesa tão digna de ser celebrada quanto as outras — e quem se atrever a mudá-la terá que se entender com a Mary Poppins".
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