De todas as matérias que eu leio na época das Olimpíadas, a que mais me irrita - cobertura de olimpíadas é a única que me irrita, porque é recheada de erros diversos, dos bobos nos resultados, até os graves de interpretação - a que mais me incomoda, é sempre a famosa matéria do meio das Olimpíadas, que diz que o Brasil começou mal. Também desgosto de ouvir esse tipo de comentário feito no dia-a-dia, mas geralmente quem fala sobre isso na vida civil não tem qualquer obrigação de saber do que está falando: é um papo-furado, como outro qualquer. Já o jornalista está passando uma informação errada.
A primeira pergunta que me vem à cabeça ao ler esse tipo de matéria é: Má semana... em comparação ao que, ou a quem? A outros países? Que países? Seria justo comparar o Brasil com que país? Ou má semana em comparação à nossa participação em outras edições? Bem, esse critério seria mais justo. Mas, então, em que ano o Brasil começou melhor? Procuro na matéria e, bem, não acho.
Em outra matéria, tentando elogiar as olimpíadas, é o inverso, é o melhor início das últimas duas edições. Por que essas duas edições apenas? Também é melhor que a participação em Sidney, em termos qualitativos, já que lá não levamos qualquer ouro. E também em 1996, cujas medalhas de ouro saíram depois da primeira semana. Já em 1992, nossa medalha de ouro no judô só era acompanhada pela prata de Gustavo Borges na primeira semana, o que é "menor" que a participação que a atual geração. Em 1988, também havia um ouro no judô, mas nada mais. Em 1984, só ganhamos o nosso único ouro, com Joaquim Cruz, na segunda semana. Em 1980, com boicote americano, que nos ajuda, nossas medalhas de ouro saíram para a vela [na virada da primeira para segunda semana]. Antes disso, só encontramos outro ouro em nosso histórico com Adhemar Ferreira da Silva, que competia pelo bicampeonato, em 1956. E antes de Adhemar, só na estreia do Brasil nas Olimpíadas, na Antuérpia, em 1920, com Guilherme Paraense, no tiro.
Ou seja, é provável nossa melhor primeira semana de todos os tempos. O que, claro, não quer dizer absolutamente nada, se vamos levar em consideração a nossa posição no quadro de medalhas. Se isso realmente importar - já que é uma avaliação, como disse acima, qualitativa, o que faz com que, levando em conta esse critério, a nossa posição em Sidney tenha sido baixa, quando na verdade tivemos a segunda maior quantidade de medalhas da história, até então, - então seria melhor esperar o fim dos Jogos.
Tradicionalmente recebemos mais medalhas nessa segunda semana. Com a exceção da natação e do judô, nossos esportes olímpicos, as modalidades em que já ganhamos alguma medalha, tipo vela, hipismo, vôlei, futebol, todas saem normalmente na segunda semana.
Basta ver nosso histórico. Basta olhar para os nossos atletas. Basta conferir o calendário de disputas. Todos os critérios levam para esse entendimento. Na Olimpíada, o ditado de "só acaba quando termina" é até estendido, já que há casos de doping que são julgados após os jogos, o que dão um upgrade na nossa participação. Nem imagino que as pessoas se lembrem do caso de Rodrigo Pessoa, em Atenas, porque seria pedir demais, mas de Ben Johnson [hum, as pessoas se lembram dele ainda?].
Pensar o oposto é tentar menosprezar o que fizemos até agora, que não vale como elogio para as decepções. Decepção acontece, mas não interfere nos resultados finais. Estão incluídas no pacote. Faz parte do jogo, da competição. Pensar que começamos mal é falta de conhecimento e apuração, o que é um erro em se tratando da pessoa que passa as informações.
A primeira pergunta que me vem à cabeça ao ler esse tipo de matéria é: Má semana... em comparação ao que, ou a quem? A outros países? Que países? Seria justo comparar o Brasil com que país? Ou má semana em comparação à nossa participação em outras edições? Bem, esse critério seria mais justo. Mas, então, em que ano o Brasil começou melhor? Procuro na matéria e, bem, não acho.
Em outra matéria, tentando elogiar as olimpíadas, é o inverso, é o melhor início das últimas duas edições. Por que essas duas edições apenas? Também é melhor que a participação em Sidney, em termos qualitativos, já que lá não levamos qualquer ouro. E também em 1996, cujas medalhas de ouro saíram depois da primeira semana. Já em 1992, nossa medalha de ouro no judô só era acompanhada pela prata de Gustavo Borges na primeira semana, o que é "menor" que a participação que a atual geração. Em 1988, também havia um ouro no judô, mas nada mais. Em 1984, só ganhamos o nosso único ouro, com Joaquim Cruz, na segunda semana. Em 1980, com boicote americano, que nos ajuda, nossas medalhas de ouro saíram para a vela [na virada da primeira para segunda semana]. Antes disso, só encontramos outro ouro em nosso histórico com Adhemar Ferreira da Silva, que competia pelo bicampeonato, em 1956. E antes de Adhemar, só na estreia do Brasil nas Olimpíadas, na Antuérpia, em 1920, com Guilherme Paraense, no tiro.
Ou seja, é provável nossa melhor primeira semana de todos os tempos. O que, claro, não quer dizer absolutamente nada, se vamos levar em consideração a nossa posição no quadro de medalhas. Se isso realmente importar - já que é uma avaliação, como disse acima, qualitativa, o que faz com que, levando em conta esse critério, a nossa posição em Sidney tenha sido baixa, quando na verdade tivemos a segunda maior quantidade de medalhas da história, até então, - então seria melhor esperar o fim dos Jogos.
Tradicionalmente recebemos mais medalhas nessa segunda semana. Com a exceção da natação e do judô, nossos esportes olímpicos, as modalidades em que já ganhamos alguma medalha, tipo vela, hipismo, vôlei, futebol, todas saem normalmente na segunda semana.
Basta ver nosso histórico. Basta olhar para os nossos atletas. Basta conferir o calendário de disputas. Todos os critérios levam para esse entendimento. Na Olimpíada, o ditado de "só acaba quando termina" é até estendido, já que há casos de doping que são julgados após os jogos, o que dão um upgrade na nossa participação. Nem imagino que as pessoas se lembrem do caso de Rodrigo Pessoa, em Atenas, porque seria pedir demais, mas de Ben Johnson [hum, as pessoas se lembram dele ainda?].
Pensar o oposto é tentar menosprezar o que fizemos até agora, que não vale como elogio para as decepções. Decepção acontece, mas não interfere nos resultados finais. Estão incluídas no pacote. Faz parte do jogo, da competição. Pensar que começamos mal é falta de conhecimento e apuração, o que é um erro em se tratando da pessoa que passa as informações.
Um comentário:
É, creio que em época de Jogos Olímpicos todo brasileiro vira entendido do assunto e todo jornalista passa a cobrir esportes, dessa combinação surgem matérias como essa, mal apuradas e trazendo desinformação.
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