quarta-feira, 29 de junho de 2005

Futebol-arte

- Em 1987, no auge da sabedoria que os seis anos me conferiam, dizia que não gostava do Bebeto porque ele "só" fazia gols. Meu argumento era sólido. Meter o pé na bola para ela entrar, qualquer um poderia fazer, o mais difícil era trabalhar a jogada e levá-la para ele.

- Tornei-me, com o decorrer dos anos, um sujeito mais ligado às belas jogadas que ao ganhar pelo ganhar. Odiei a seleção de 94. Achei a de 98 mais ou menos e a torci do início ao fim pela de 2002.

- LF Veríssimo, um de meus maiores ídolos, é favorável ao futebol de resultado. Disse, depois do Brasil x Argentina pelas eliminatórias, que o mundo poderia ser dividido entre os partidários do Riquelme e os do Robinho. E, a opção por uma desses lados revelaria muito de nosso caráter.

- No jogo contra os alemães, houve uma jogada, que não se concretizou em gol, que resume bem o porquê eu ainda gostar do futebol. Bola cruzada na área, dois zagueiros gigantes marcando o pequeno atacante do Brasil, ele faz uma cama-de-gato, deixa ambos batendo cabeça, mata a bola no peito, deixar quicar uma vez e bate para o gol. Lembrou-me na hora o gol do Pelé contra o País de Gales em 1958. Em seqüência, o comentarista faz a mesma observação.

- Hoje, Brasil x Argentina novamente. Robinho, outra vez, não faz gol. Mas, há uma jogada, aquela que o Ronaldinho depois, em impedimento, completou, que vai ficar para sempre. O molequinho humilhou metade do time argentino e bateu na bola que categoricamente explodiu no travessão. Suspiros...

- Em compensação... um camarada meu, nesse exato instante, no msn: "acho que perdemos a Copa hoje. Se cruzarmos com os argentinos lá..." Eu: "e eu ainda creio na história do Brasil só ganhar Copa se chegar desacreditado".

- Pelo menos a partida de hoje foi EXCELENTE.

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